Mais uma semana de preços estáveis para o couro verde, mas os curtumes acusam uma certa pressão de alta por parte dos frigoríficos, uma vez que as cotações da arroba estão firmes em plena safra.
Em São Paulo e Goiás, por exemplo, as valorizações do boi gordo foram de 4% e 7%, respectivamente, desde o início do ano. No Rio Grande do Sul, no mesmo período, foi registrada alta de 9%.
De toda forma, os compradores de couro se esforçam para não cederem à pressão. Apontam que o ritmo dos negócios não agrada e que a desvalorização do Real, dos últimos dias, não serve de alento.
Entre os dias 26 de fevereiro e 5 de março, a cotação do dólar norte-americano reagiu 2,5%. Isso se deve, principalmente, às especulações de mercado atreladas à forte queda da Bolsa de Xangai (China). Quando o mercado de algum país emergente titubeia, a tendência é que investidores estrangeiros deixem de investir, ou até mesmo em a resgatar investimentos, em todos os países emergentes. Os dólares retornam aos países de origem e, consequentemente, as moedas locais se desvalorizam.
Mas ninguém sabe apontar ainda se os últimos acontecimentos registrados na China foram apenas um susto, ou um sinal de que realmente o bom momento da economia internacional está com os dias contados.
Economistas e analistas de câmbio apontam que ainda não existem fatores que possam levar a taxa de câmbio, no Brasil, a patamares superiores a R$2,20. Isso hoje. Amanhã, ninguém sabe.
Com relação ao couro verde, caso o câmbio realmente pare de reagir, a tendência de curto prazo é que os preços permaneçam estáveis, mas ainda sim em ambiente firme.
COURO DE OVINOS E CAPRINOS
Nos últimos anos tem-se registrado um forte avanço da caprinocultura e, principalmente, da ovinocultura de corte no Brasil. Crises dentro e fora do País levaram, anos atrás, à retração da produção, e hoje o setor vive um bom momento em termos produtivos e comerciais, graças à oferta relativamente reduzida de carne no mercado.
Porém a cadeia produtiva enfrentará vários desafios, dentre eles o consumo reduzido de carne ovina e a produção informal. Mas a questão do couro também tem chamado a atenção.
De acordo com o jornal Cabras & Ovelhas, o destaque na produção de couros de caprinos e ovinos é o Nordeste, onde os curtumes investiram e se capacitaram para processar cerca de 12 milhões de peles por ano. Veja que é muita coisa, o equivalente a 28% do montante de peles bovinas processadas, anualmente, em todo o País.
Mas essa capacidade nordestina não é aproveitada, pois a produção local entrega pouco mais de 8 milhões de peles brutas por ano. Tem-se, assim, uma ociosidade média de 33%.
O Sul do Brasil, por sua vez, sofre ainda com a crise da lã e tem apresentado uma produção muito fraca.
Está aí um setor carente de estudos aprofundados, de incentivos e de políticas de desenvolvimento e expansão.
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