O mercado do couro verde está andando de lado há praticamente três meses.
Apesar dos problemas de oferta, os curtumes têm conseguido evitar eventuais aumentos de preço. Estão de olho no dólar (que voltou a cair) e na morosidade das vendas.
Agora que a oferta de matéria-prima até melhorou um pouco, pelo menos na comparação com os primeiros dias do pós-carnaval, a possibilidade de valorização do couro verde é realmente muito pequena.
Portanto, a tendência para o curto prazo ainda é de preços estáveis.
SEBO EM ALTA
Já o sebo segue em alta, graças à oferta reduzida e à demanda relativamente aquecida.
Foram registrados negócios na faixa de R$2,05 a R$2,10. Inclusive no Rio Grande do Sul, por parte de compradores do Brasil Central que têm buscado o produto em outras regiões.
O mercado está firme e assim deve se manter; a não ser que a oferta melhore, conforme avança a safra do boi gordo.
EMBARGO EUROPEU PREOCUPA A INDÚSTRIA DE DERIVADOS
Acompanhe a manifestação de Paulo Reimann, presidente da Gelita South America, maior produtora e exportadora de gelatina do Brasil:
Nos últimos dias os noticiários têm informado sobre o embargo à importação da carne brasileira pela União Européia (UE), em razão do não cumprimento das exigências daquele mercado. Não acreditamos que este embargo seja “uma barreira puramente comercial”, como afirmam nossos governantes. Sabemos que o Brasil, neste momento, não tem um problema sanitário (não temos BSE - Bovine Spongiform Encephalopathy, e a aftosa está sob controle com ou sem vacinação), mas é indiscutível que temos um sério problema com a rastreabilidade. Precisamos assumir que não temos um sistema eficiente de rastreabilidade e isto está comprometendo o futuro promissor e crescente das exportações de carnes, podendo afetar outros produtos da cadeia, como couro e gelatina.
Gostaríamos de compartilhar a nossa preocupação com o quanto este embargo à carne poderá atingir os demais produtos da cadeia. O fato é que estamos todos expostos. Para se ter uma idéia, apesar de todo nosso esforço em comprar somente matéria-prima rastreável para produção de gelatina, a porcentagem recebida ainda não é suficiente para atender às exigências do mercado. Aumentar a quantidade de Certificados Sanitários das peles é urgente e vital, e entendemos ser a única forma de nos proteger contra eventuais “embargos do couro ou da gelatina.
Como sempre nós, indústrias, precisamos agir e transformar para manter a viabilidade dos negócios. Para isso, solicitamos às autoridades competentes que cuidem do status de Estabelecimento Relacionado ao SIF, e favoreçam a documentação necessária para a rastreabilidade tanto do couro, quanto da matéria-prima para produção de gelatinas, isto é, no momento da compra das peles, é preciso exigir os Certificados Sanitários ou Guias de Trânsito das peles frescas ou salgadas, provenientes de Inspeção Federal, Estadual ou Municipal.
Contamos com a colaboração dos governos e da cadeia produtiva e colocamo-nos à disposição para ouvi-los e, quem sabe, discutir/propor um plano de ação para resolvermos este problema, que é de todos
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