As cotações do couro verde seguem estáveis. Há pouca oferta, em função do volume dos abates, mas a demanda está morna e o câmbio não ajuda nem um pouco.
No fechamento desta análise ainda não existiam informações sobre o desempenho da APFL MM&T. Feira do setor de couro, materiais e órios, realizada em Hong Kong, uma referência do setor.Os curtumes esperam por um bom volume de negócios durante o evento.
Com relação ao mercado, a tendência é que as cotações do couro verde sigam estáveis. A não ser que ocorra um súbito e inesperado aumento de oferta.
As tentativas de redução de preços, mediante o atual quadro de ofertas, não vingaram.
SEBO SEGUE EM ALTA
O mercado de sebo bovino trabalha em ambiente bastante firme. No Brasil Central foi registrado aumento de R$0,02/kg. Parece pouco, mas chegaram a ser registrados negócios na base de R$2,25/kg.
Na verdade, negócios diferenciados vêm ocorrendo há pelo menos três semanas.
Os compradores se esforçam para não deixar as cotações do sebo bovino subirem mais. Tem até quem apregoe baixa.
Mas a realidade é que a oferta está extremamente reduzida, sendo que o período (ao menos no calendário) é de safra.
Em relação ao início de abril de 2007, as cotações do sebo bovino estão 117% mais altas no Brasil Central e 139% mais altas no Rio Grande do Sul.
GLICERINA PODE VIRAR ENERGIA
Assim como ocorre com a cana-de-açúcar, que gera, além do álcool, energia do bagaço e da palha, plantas oleaginosas e gorduras (como o sebo), usadas como matéria-prima na produção de biodiesel, vão fornecer também eletricidade.
Para cada litro de biodiesel produzido, 30% é glicerina. Parte dessa glicerina é utilizada pela indústria cosmética e outra parte é descartada (as indústrias não conseguem absorver toda a oferta). A partir de julho deste ano, quando entrará em vigor o uso obrigatório de 3% de biodiesel misturado ao diesel (B3), a oferta de glicerina vai aumentar ainda mais, podendo chegar a 390 milhões de litros anuais.
Por conta disso, pesquisadores estudam utilidades para a glicerina, tais como: aditivo para gasolina, fabricação de plástico, complementação de rações animais e, agora, geração de energia elétrica.
Segundo a professora Maria de Los Angeles Palha, do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o resíduo pode virar biogás.
A professora identificou microrganismos que se alimentam da glicerina, transformando a substância em gás (metano), que pode ser queimado assim como o gás natural de cozinha. Segundo ela, as bactérias são extraídas do
esterco bovino e a transformação da glicerina é feita num biodigestor.
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