Este foi um ano marcado pela estabilidade no mercado do couro verde.
Enquanto o boi gordo subiu 51% até o pico, o couro verde subiu menos que a inflação. A cotação começou 2010 em R$1,30/kg, em valor nominal.
Ainda em janeiro, a pressão dos curtumes e a queda da demanda devido às exportações de couros em ritmo lento, comum para o período, fizeram o preço cair para R$1,25/kg.
A queda não se manteve e no mesmo mês subiu para R$1,30/kg.
De janeiro a julho o mercado se manteve inalterado.
No início do segundo semestre a oferta curta de peles forçou uma alta de R$0,10/kg para o couro verde de primeira linha (Brasil Central).
A desoneração tributária do PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre o couro verde fez com que os curtumes pressionassem por preços menores.
Apesar disso, em meados de agosto o preço subiu e está em R$1,35/kg desde então.
As exportações se recuperaram em relação às de 2009, principalmente em relação a preços. De janeiro a novembro deste ano o preço médio das peles exportadas ficou US$4,88/kg, 37,5% maior que no mesmo período de 2009.
O volume exportado não teve grande incremento. Até novembro foram embarcadas 324,2 mil toneladas, 11,9% mais que em 2009.
O faturamento foi de US$1,58 bilhão, 53,8% mais que em 2009.
SEBO
O preço do sebo caiu no inverno, no meio do ano.
Esta queda de preço ocorre em função da queda de vendas para o setor de higiene e limpeza em ritmo lento nos meses frios.
A novidade em 2010 foi a maior demanda para o setor de biodiesel. O biocombustível ou a compor 5% do diesel brasileiro, desde de janeiro.
Do biodiesel produzido no Brasil, 15% provém da gordura animal. Atualmente, de cada 100l de diesel utilizado, algo entre 0,5l e 1,0l é de sebo.
Essa demanda maior, somada à oferta restrita no segundo semestre fez com que o preço superasse os do fechamento de 2009.
O valor atual do sebo diferido no Brasil Central, R$1,90/kg, está 23,4% maior que no início do ano.
No meio do ano, em junho, o preço foi de R$1,20/kg. Queda de 22,1% em relação a janeiro.
Em julho houve recuperação, que tomou força com a queda da oferta de bois para abate em outubro e novembro.
O valor atual está 58,3% maior que em junho.
Apesar de a oferta continuar pequena, a força da alta diminuiu devido à pressão dos compradores.
Veja na figura 1 o comportamento do preço do couro verde de primeira linha e do sebo no Brasil Central.

O preço do couro praticamente se manteve estável e, o preço do sebo subiu, puxado pelo aumento do consumo.
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