O ano de 2007 já se aproxima do final, e em todo final de ano é muito comum em nossa vida pessoal revermos os acontecimentos e fazer algumas projeções para o ano que se inicia. Acho que é muito válido estendermos esse raciocínio para a nossa atividade profissional. Assim, no artigo dessa semana abordarei alguns acontecimentos de 2007 e, na próxima semana, falaremos de 2008.
COMO FOI 2007
Este foi um ano bastante “movimentado” e com fatos muito relevantes, que têm que ser encarados como aprendizado. Depois da enorme queda no final de 2006, tivemos uma safra relativamente firme e um começo de entressafra bastante forte, com preços subindo de forma constante até final de agosto, caracterizando a “primeira perna de alta” da entressafra de 2007.
Após isso houve uma queda de 4 reais até o final de setembro, queda essa um tanto quanto grande para uma entressafra. Podemos inferir como as principais razões dessa queda uma possível concentração de animais terminados em confinamento, já que desde o começo do ano muito se falava a respeito dos possíveis impactos do boi a termo no mercado a partir de outubro. Muita gente pensou de forma parecida e concentrou a saída de seus animais para setembro, onde seria o provável pico da entressafra. O resultado dessa concentração, aliado ao medo da repetição do que aconteceu em 2006, foi a queda de 4 reais.
Além do recuo, outro fator que dificultou a vida de quem utiliza o mercado futuro de boi da BM&F para hedge foi o aumento dos diferenciais de base entre São Paulo e as demais praças pecuárias. Falando de uma forma bem genérica, e não em relação a alguma praça específica, esse diferencial se comportou de forma mais volátil do que nos anos anteriores e oscilou entre valores máximos e mínimos históricos dentro do mesmo ano.
Já no início de outubro o mercado iniciou sua “segunda perna de alta”, e após o fim de outubro e a dissipação do medo da influência do boi a termo no mercado, a alta se acentuou, culminando com o recorde histórico do Esalq à vista em R$77,29/@, em 05/12. Junto com essa forte alta, os diferenciais de base, de um modo geral, voltaram a se estreitar, sendo que em algumas regiões esse diferencial diminui de -5 para 0.
Todos esses acontecimentos, aliados à alta do bezerro, alta do preço do boi magro, informações desencontradas sobre boi a termo, oferta de animais confinados, enorme aumento dos contratos negociados na BM&F, fizeram de 2007 um ano bastante dinâmico e de muito aprendizado. Será muito importante guardarmos muito bem as experiências de 2007, pois como abordaremos no artigo da semana que vem, 2008 tende a ser um ano também muito tumultuado, onde as estratégias de
hedge serão ainda mais fundamentais para o sucesso da atividade.
Até a semana que vem!
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