Desde a tarde de 29 de janeiro já circulavam rumores no mercado de que a União Européia não havia recebido de forma positiva a lista de fazendas aptas a exportar enviada pelo Brasil. O que se comentava era que o número enviado (bem acima dos 300 solicitados) era excessivo e que poderiam ocorrer desdobramentos desfavoráveis ao Brasil. Essa notícia fez com que os contratos revertessem a tendência de alta e em 29/1 fechassem com uma baixa expressiva (1,36/@ no fevereiro e 1,10@ no outubro).
Na manhã do dia seguinte, com a notícia da suspensão temporária das exportações de todo o Brasil para a UE amplamente divulgada nos meios de comunicação, o mercado futuro caiu ainda mais; o contrato de fevereiro chegou a ser negociado no limite de baixa a R$68,75 e o contrato de outubro fechou a R$71,80 com queda de R$1,60/@. Acompanhe na figura 1 a evolução dos contratos de fevereiro, maio e outubro.

É natural e até certo ponto esperado que diante de uma notícia ruim como essa os mercados futuros reajam imediatamente com uma queda brusca. Muito mais importante do que essa queda do mercado futuro vai ser a reação do mercado físico diante da pressão baixista que com certeza aumentará bastante. Diante dessa situação, qual será o real impacto dessa “paralisação temporária de exportações para Europa” no mercado físico? Quanto tempo durará essa proibição?
Outro fator muito interessante vai ser a reação dos contratos de entressafra frente à uma possível aceleração da queda do Índice Esalq nesta safra. Será que essa notícia baixista, associada a uma queda no mercado físico terá força o suficiente para trazer de volta todos os contratos da entressafra (Inclusive o “outubrão”) novamente para um patamar abaixo de R$70,00. Se o mercado futuro realmente sinalizar preços abaixo de R$70,00/@ para a entressafra, será que haverá impacto no número de animais confinados?
Enfim, as perguntas são muitas, mas com certeza à medida que o tempo ar, teremos mais clareza para as respostas, quando isso acontecer, as perguntas relevantes serão outras...
Um forte abraço e até semana que vem.
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