O mercado futuro de boi gordo registrou uma grande queda de preços no pregão da quarta-feira, dia 16, para todos os vencimentos. Isso em função de notícias relacionadas a um mercado físico mais ofertado e um mercado de carne bastante fraco na segunda metade do mês de julho.
O contrato de outubro fechou, no mesmo dia, a R$86,89/@, com queda de R$2,00/@. Já no chamado “after market” (período entre as 17 e 18 horas, que já conta para o pregão do dia seguinte), o mercado voltou a cair forte, sendo negociado abaixo dos R$86,00/@.
Na abertura da quinta-feira, dia 17, no fechamento desta edição, novamente o pessimismo tomava conta do mercado, com o outubro sendo negociado na mínima a R$85,00/@, para depois se recuperar parcialmente e conseguir se sustentar até o meio-dia acima dos R$86,00/@.
Nesses momentos de grande “stress” no mercado futuro, é muito importante tentar deixar as emoções de lado, manter a calma e raciocinar em cima de fatos e dados concretos. É da natureza dos mercados financeiros em geral, e dos futuros em particular, apresentar essa dicotomia, onde uma hora o otimismo é extremo e na hora seguinte o pessimismo reina. Diante dessa característica, o melhor que podemos fazer para ter uma idéia clara da situação é tentar realizar uma análise ampla e abrangente frente à situação real.
Para clarificar o raciocínio, podemos tentar responder a algumas questões importantes:
- É factível imaginar que teremos um aumento de oferta de bois no mercado físico que faça os preços caírem dessa forma na entressafra?
- Esse aumento de oferta de animais para abate seria oriundo de um aumento de animais confinados, ou da retenção dos animais a pasto?
- Esses preços dos contratos de setembro e outubro têm algum impacto na decisão dos confinadores de fechar ou não o segundo turno dos confinamentos?
- A diminuição do poder de compra da população frente a uma inflação em alta impactará o consumo de carne bovina até o fim do ano? Se sim, esse impacto seria mais importante do que uma possível diminuição de oferta, típica de entressafra?
- Existe alguma perspectiva de melhoria ou de piora das exportações até o final do ano
- Qual a perspectiva em relação ao preço do dólar de agora até o final do ano?
Essas são apenas algumas poucas perguntas objetivas que teriam relevância para tentarmos ser os mais desprovidos de emoções possível em nosso raciocínio, e com isso tentar analisar o mercado da forma menos tendenciosa possível. Com certeza quanto tivermos essas respostas, as perguntas já serão outras...
Um forte abraço e até a semana que vem!!!
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