A partir de 1 de junho a Argentina poder voltar a exportar midos e carne bovina processada. Para a carne in natura foi autorizado o embarque de 40% do volume exportado entre junho e novembro do ano ado.
A proibio s exportaes de carne bovina vigorava desde maro. Somente cortes de alta qualidade, com destino Europa, tinham autorizao de venda.
O governo local havia optado pela proibio a fim de tentar conter a inflao interna. Em 2005 a inflao chegou a 12,3% na Argentina, mas o preo mdio da carne bovina subiu quase o dobro disso.
O Estado chegou a promover campanhas na TV estimulando a populao a boicotar a carne nacional. Um absurdo sem tamanho.
Aps todas essas medidas, o preo do novilho vivo recuou cerca de 19%. Mas a cotao da carne no acompanhou o ajuste, ou seja, caiu bem menos. Esse filme conhecemos bem.
A Argetina era, at o incio deste ano, o terceiro maior exportador mundial de carne bovina, com embarques de 650 a 680 mil toneladas equivalente carcaa em 2005. Ficou atrs apenas do Brasil (2,12 milhes de toneladas) e Austrlia (1,47 milho de toneladas).
As restries s exportaes argentinas e os embargos parciais levantados contra o Brasil deixaram o mercado internacional ainda mais enxuto. Vale lembrar que a sada dos Estados Unidos, aps problemas sanitrios (vaca louca), j havia reduzido significativamente a oferta global de carne bovina.
Por conta disso, os preos internacionais reagiram. Em abril, por exemplo, a cotao da tonelada equivalente carcaa de carne bovina, exportada pelo Brasil, alcanou US$1.648,80, aumento de 15,6% em relao aos US$1.426,53 do mesmo perodo do ano ado.
Com a retomada gradual das vendas argentinas e provvel arrefecimento dos embargos contra a carne brasileira, a escalada de alta dos preos internacionais deve perder fora. (FTR)