Segundo ministro, Pas deixou claro no G-20 agrcola que no aceitar medida e que defende poltica de transparncia sobre dados agrcolas e aumento da produo
BRASLIA - O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, realizou nesta quarta-feira, 29, um balano da participao brasileira na reunio do G-20 Agrcola, realizada este ms na Frana; e da eleio de Jos Graziano da Silva para o cargo de diretor-geral da Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO), na Itlia.
Segundo Rossi, no G-20 agrcola o Brasil deixou claro que no aceitar controle sobre os preos dos alimentos, que defende uma poltica de transparncia sobre os dados agrcolas mundiais e aumento da produo para evitar crises de segurana alimentar ao redor do mundo.
De acordo com Rossi, o presidente francs, Nicolas Sarkozy, chegou a tentar reavivar o discurso sobre a necessidade de controle de preos para os produtos agrcolas, mas no foi bem-sucedido nessa proposta, que desagrada ao Brasil. "A posio do Brasil foi muito simples. Defendemos que o aumento da produo necessrio para resolver a questo dos preos, na busca pelo equilbrio. E isso foi incorporado nos discursos de vrios outros pases e at no texto final da reunio do G-20 agrcola", disse Rossi.
Segundo o ministro, o Brasil deixou claro que no aceitar qualquer interferncia no mercado que penalize os produtores eficientes, embora tenha itido que os subsdios europeus para a agropecuria no foram duramente criticados no discurso brasileiro. "Dentro da Europa h um movimento clarssimo pela reduo dos subsdios agrcolas", afirmou. Rossi disse ter argumentado que tambm preciso rediscutir o conceito atual de que os preos dos alimentos esto muito altos. " preciso fazer uma relao de troca com os produtos industrializados e ver como est isso em comparao ao ado", afirmou.
Segundo Rossi, outra vitria brasileira foi a de esclarecer que a produo de etanol de cana de acar, como energia renovvel para a frota de veculos, no ameaa a produo de alimentos. "Houve a tentativa de alguns pases de colocar algum obstculo ao programa de energia renovvel do Brasil,", afirmou Rossi. Esse problema, segundo ele, foi sanado, ao ser explicado que menos de 1% das terras agrcolas brasileiras suprem a demanda de lcool. "O texto final foi extremamente leve a programas dessa natureza", comentou o ministro.
Rossi disse que a transparncia na divulgao de dados agrcolas (produo, estoques, clima) uma poltica atualmente defendida pela maioria dos pases, mas itiu que ainda h resistncias. "A China quer ter reserva de informao e temos de respeitar isso", disse.
Sobre segurana alimentar, Rossi disse que preciso haver uma poltica mundial de conteno de crises e usou o termo "estoques virtuais". Pases produtores, como Brasil, Argentina e Estados Unidos, teriam estoques fsicos para ajudar em situaes de emergncia. Pases ricos, mas que no so fortes na agropecuria, poderiam ajudar com recursos em momentos de crise, defendeu. Tambm nesse caso, o ministro disse que a melhor soluo promover o aumento da produo de alimentos, em todas as regies.
A respeito da eleio de Graziano para a FAO, Rossi disse que a deciso " a expresso da fora do Brasil na comunidade internacional". Apesar da vitria brasileira, o ministro destacou que Graziano trabalhar como lder de um organismo internacional e "no sob a ptica nacional".
Fonte: Agncia Estado. Por Ayr Aliski. 29 de junho de 2011.