Mato Grosso lidera a expanso das intenes de cultivo de sementes transgnicas para a prxima safra, 11/12, na regio Centro-Oeste. O estado supera as estimativas de crescimento na soja, no milho segunda safra e no algodo, culturas em que o maior produtor nacional. As concluses fazem parte do 1 acompanhamento de adoo da biotecnologia agrcola no Brasil, realizado pela consultoria Cleres.
Outro dado relevante do estudo que pela primeira vez na histria da agricultura nacional, com 8,8 milhes de hectares, a regio Centro-Oeste – tradicional produtora de soja convencional – ultraou a regio Sul em valores absolutos de rea destinada soja transgnica.
Pelos nmeros deste primeiro levantamento, a sojicultura mato-grossense avanar em rea plantada de uma temporada para outra 3,9% enquanto os hectares cobertos com variedades transgnicas devero aumentar em 18,73%. No Centro-Oeste a alta ser de 16,31%. Na cotonicultura, a rea estadual crescer cerca de 9,2%, ante uma estimativa de evoluo da transgenia em 65,38%. Para a regio a adoo cresce 62,71%. Para o milho segunda safra, a rea estadual avanar 7,91%, com expanso da transgenia em 9,59%. Para a regio Centro-Oeste essa variedade aumentar em 8,04%. Todos os nmeros apresentados pela Consultoria foram comparados com os dados coletados pelo 3 levantamento da Cleres, com dados referentes safra 10/11.
Confrontando dados do ltimo estudo com o primeiro de 2011, divulgado neste ms, a sojicultura estadual ir destinar 76,3% dos seus 6,65 milhes de hectares s sementes transgnicas, ou seja, 5,07 milhes. A tecnologia tolerante a herbicidas dominar as lavouras respondendo por 76% de adeso. No ano ado foram cultivados no Estado 6,49 milhes de ha, dos quais 4,27 milhes foram semeados com sementes transgnicas, ou 66,8%. A tecnologia TH foi utilizada na totalidade.
A cultura do algodo tem sido mais democrtica na hora de optar pelas tecnologias. Conforme estimativa de plantio de 780 mil ha, a transgenia ocupar 301 mil ha, ou, 38,6% da superfcie. O estudo revela que a adeso s tecnologias se dar da seguinte forma: 8,6% dos hectares cobertos com gene de resistncia aos insetos (RI), 14,4% com gene tolerante aos herbicidas (TH) e 15,7% com genes combinados de RI/TH. No ano ado a rea coberta com variedades modificadas representou 25,4% de uma rea de 714 mil ha, ou, 182 mil.
Com o milho, segunda a adoo da transgenia ser por meio de variedades com RI (27,9%), TH (11,5%) e RI/TH (39,9%). Pelo estudo, dos 2,10 milhes de ha cobertos com o gro, 1,66 milho sero semeados com sementes modificadas, o que representa 79,4% do total. Em relao ao ano ado, a expanso pequena, j que 78,2% da safra recentemente encerrada no Estado estavam cobertos por variedades modificadas geneticamente.
Como destaca o scio-diretor da Cleres e coordenador do estudo, Anderson Galvo, a combinao entre condies de mercado favorveis e nveis maiores de investimento em tecnologia coloca o milho, em condies de igualdade competitiva com a soja e o algodo, provendo nveis excepcionais de retorno econmico para os agricultores. “O pas atravessa uma revoluo tecnolgica silenciosa, que coloca o produtor brasileiro de milho praticamente em condies de igualdade, dentro da porteira, com os seus concorrentes norte-americanos e argentinos”. Ainda como refora, a milhocultura de longe o exemplo mais bem sucedido da adoo da biotecnologia no Brasil: em quatro anos, ocupa mais da metade das terras cultivadas com milho.
Na anlise da Cleres, a “exploso” das sementes modificadas no Estado tem alguns fundamentos mercadolgicos. Um deles o atraso em relao ao Brasil. Em 2005 havia sementes disponveis no pas, mas que s chegaram ao Estado um ano depois com variedades mais adaptadas regio. “Esse atraso tecnolgico de variedades comerciais adaptadas explica a expanso atual acima do observado no Centro-Oeste, por isso, Mato Grosso tem espao para crescer”. A defasagem fez surgir um nicho de mercado para o gro convencional, especialmente soja, e por isso, muitos produtores “ainda vem nos prmios pagos um motivo para rejeitar a transgenia”. Fora isso, ainda h produtores que experimentaram as novas variedades, mas no gostaram dos resultados e tm medo de arriscar.
O estudo da Cleres destaca que com a aprovao de um novo evento em 2010 soja, chega a quatro o nmero de tecnologias liberadas no Brasil, entre TH, RI e combinadas. O algodo GM teve trs novos eventos aprovados ano ado e o milho que dispe de 16 eventos GM aprovados (entre RI, TH e tecnologias combinadas), sendo que cinco tiveram aprovao da CTNBio nos ltimos 12 meses.
Fonte: Dirio de Cuiab. Por Marianna Peres. 29 de agosto de 2011.