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Pedro de Camargo Neto defende que o Brasil pare de vacinar seu rebanho contra a febre aftosa 1d2p22

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31/08/2011 - 09:00
Pedro de Camargo Neto, pecuarista e presidente da Associao Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora de Carne Suna – ABIPECS, defender hoje, na 34 Expointer, em Esteio (RS), que parar de vacinar o rebanho brasileiro contra a febre aftosa seria uma atitude condizente com o status alcanado pelo Pas de maior exportador mundial de carne bovina. No to difcil. E muito mais econmico do que continuar a vacinar, impondo custo elevado ao setor produtivo. Para o presidente da ABIPECS, vigilncia e emergncia sanitria devem existir ou no tem sentido falar em parar de vacinar. Decidir continuar a vacinar, portanto, seria a confirmao de que os servios pblicos de sade animal no tm a qualidade que deveriam ter. Um pas com uma pecuria moderna, com a pretenso de ser o maior exportador, obrigatoriamente deve incluir servios de sade animal de qualidade, defende. Camargo Neto foi convidado pela Comisso de Agricultura, Pecuria e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, que realizar uma audincia pblica hoje, s 18 horas, sobre Status Sanitrio do Rebanho do RS. O evento acontece na Casa da Assembleia Legislativa, no Parque Assis Brasil. Segundo o presidente da ABIPECS, que foi fundador e presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuria de Corte – FUNDEPEC, de 1991 a 2000, parar de vacinar exige ter a certeza de que os servios de sade animal garantiro permanente vigilncia e, na eventual ocorrncia de foco da doena, ajam com a presteza e a competncia que a emergncia exige, restringindo a propagao do vrus e limitando os prejuzos. Para Camargo Neto, no parece to difcil contar com servios de sade animal de qualidade, pois o Brasil no teria chegado onde chegou. Os progressos obtidos foram significativos. Samos de milhares de focos, em 1990, para uma situao de praticamente erradicao em menos de uma dcada, lembra. Porm, adverte: o sucesso obtido precisa ser redobrado. As aes dos setores pblico federal e estaduais em conjunto com o setor privado precisam ser valorizadas. Auditorias permanentes que identifiquem eventuais falhas a tempo de reagirmos precisam ser montadas. No podemos aceitar retrocessos que so identificados somente com a entrada do vrus. Avanos nos anos 1990 - O plano de erradicao da febre aftosa no territrio nacional tem muitas dcadas. Avanou-se, porm, a partir do incio dos anos 1990, quando com uma vacina de qualidade melhorada, o crescimento da participao do setor privado e, seguindo a orientao da Organizao Internacional de Sade Animal – OIE, elevaram-se os ndices de cobertura vacinal em regies que se ampliavam e abrigavam cada vez maior rebanho. A dcada de 1990 foi de muito progresso, destaca Camargo Neto. A conquista de regies com status de livres de febra aftosa, mantida a vacinao regular, possibilitou ao Brasil ampliar as exportaes de carne bovina, tornando-o o maior exportador em termos de volume, mesmo que perca a posio quando se avalia a receita. Conquista de mercados - Alguns importantes mercados mais exigentes, para os quais indispensvel a total eliminao da vacinao para aceitarem a entrada de carne, ainda no foram conquistados. O estado de Santa Catarina foi alm, trabalhando para obter o reconhecimento do status mximo da OIE, livre sem vacinao, e comea a ver seu esforo reconhecido com abertura dos mercados de melhores preos, diz Camargo Neto. Retrocesso na ltima dcada - Nos ltimos dez anos, porm, na maior parte do Brasil com status de livre de febre aftosa com vacinao, e que abriga a maior parte do rebanho bovino, deixou-se de avanar. Talvez por termos enfrentado alguns focos da doena no Rio Grande do Sul, em 2001, e em Mato Grosso do Sul, em 2005, parece que desistimos de dar sequncia ao processo de erradicao da doena. Vacinar nunca foi o fim, e sim o instrumento para atingirmos a erradicao, acrescenta Camargo Neto. Fonte: Abipecs. Pela Redao. 31 de agosto de 2011.