Pases da Europa, os Estados Unidos e o Brasil esto investindo pesadamente na rota de biocombustvel de segunda gerao, o que permitiria aumentar a produo sem interferir no acrscimo da rea plantada de cana. Para o Brasil, avanar na rota do etanol celulsico significaria ampliar sua liderana nesse segmento. Hoje, nos canaviais, o biocombustvel produzido a partir do caldo da cana, processo chamado de primeira gerao. O que se estuda produzir agora o etanol celulsico, de segunda gerao, nome do processo que converte em combustvel os dois teros da biomassa da cana-de-acar (bagao e palha) atualmente no utilizados pela indstria. Com a tecnologia, que aproveita restos da planta, pode ser possvel aumentar o rendimento do processo industrial em 60%.
Apesar dos investimentos macios em diversos locais do mundo, o processo ainda no foi desenvolvido com viabilidade econmica. "Em cinco anos possvel que se chegue a um biocombustvel competitivo nessa nova maneira de fabricao", afirma Nilson Boeta, diretor da VTT no Brasil, que vai pesquisar a rota, em parcerias com universidades locais. Nessa corrida, esto grandes empresas do setor de petrleo e gs, como a Petrobras e a British Petroleum (BP) e a DuPont. As duas ltimas formaram, em 2009, a t-venture Butamax, focada na produo de biobutanol a partir da cana, de milho, de trigo, de celulose ou de algas.
O governo brasileiro est de olho tambm no segmento. Uma das iniciativas na rea o Laboratrio Nacional de Cincia e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), criado em 2009 em Campinas, que trabalha para reforar a liderana brasileira no setor de fontes renovveis.
Em breve, no laboratrio, ser inaugurada uma planta piloto em escala industrial, para avaliar diversas rotas tecnolgicas de etanol de segunda gerao. "Queremos estudar as vrias aplicaes que podem existir, por exemplo, na indstria da qumica verde", diz Marco Aurlio Pinheiro Lima, diretor do CTBE. (R.R.)
Fonte: Valor Online. Pela Redao. 10 de outubro de 2011.