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Ameaa no Sul, La Nia dever poupar demais regies do pas 4y354w

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03/01/2012 - 09:54
Novamente sob influncia direta do fenmeno La Nia, provocado pelo resfriamento das guas do Oceano Pacfico, o clima para a agricultura brasileira tende a registrar chuvas dentro da mdia para a maior parte das reas produtivas nos primeiros meses de 2012. A exceo o Sul do pas, que deve seguir castigado pelo clima seco. A estiagem extrapola as fronteiras brasileiras e afeta tambm lavouras de gros da Argentina e do Uruguai, o que tem colaborado para sustentar as cotaes de produtos como milho, soja e trigo nas principais bolsas do mundo nas ltimas semanas. De acordo com previses da Somar Meteorologia, as lavouras gachas continuaro a sofrer mais com a escassez hdrica, mas a luz amarela permanece acesa para o Paran e, j no Centro-Oeste, tambm para Mato Grosso do Sul. Na Argentina e no Uruguai tambm no h previso de chuvas significativas nessas primeiras duas semanas de janeiro. Desde novembro com precipitaes bem abaixo da mdia, o Rio Grande do Sul o terceiro maior Estado produtor de gros do pas. No ranking do milho, a cultura gacha mais afetada at agora, est na quinta posio, segundo dados da Conab. A tendncia, segundo a Somar, que o Rio Grande do Sul continue com baixo ndice de chuvas nos primeiros 15 dias de janeiro. Em o Fundo (RS), uma das regies gachas mais importantes na produo de gros, dever chover apenas entre 20 ou 30 milmetros (mm) na primeira quinzena deste ms, bem abaixo da mdia histrica mensal de 145mm. "Essa regio est h cerca de 30 dias sem chuvas, quadro que mudar pouco nessa primeira quinzena", diz Paulo Etchichury, diretor da Somar. Alm do milho, a falta de chuvas vem prejudicando soja precoce, pastagens e lavouras de feijo, batata e outros hortifrutis, segundo boletim da Emater-RS, a empresa de pesquisa e extenso rural do Rio Grande do Sul. O Paran, maior produtor nacional de milho, e Mato Grosso do Sul, produtor de gros considervel e novo polo canavieiro, tambem padecem com a estiagem. Chuvas entre 20mm e 30mm so esperadas para a regio de Cascavel (PR) e para Dourados (MS) at 15 de janeiro, mas no em patamares que tragam tranquilidade ao produtor, segundo a Somar. Isso porque, explica Etchichury, esses Estados tiveram forte seca em dezembro, que se prolongou por mais de 20 dias. A Organizao das Cooperativas do Paran (Ocepar) j ite perdas em algumas regies produtoras do Estado, mas ainda no tem estimativas do volume afetado na safra. J em Mato Grosso o clima tende a no prejudicar a colheita de soja, que est comeando. Maior produtor nacional da oleaginosa, o estado deve receber as tpicas chuvas de vero, mas intercaladas com largos perodos de ocorrncia de sol, condio propcia para a entrada das mquinas de colher no campo. Sorriso, um dos municpios mais importantes na produo do gro, ter na primeira quinzena do ano chuvas entre 130mm e 150mm, com potencial de atingir a mdia mensal de 350mm. Uma das culturas mais prejudicadas pelo clima nos ltimos dois anos no Centro-Sul, a cana tende a se desenvolver em um clima mais favorvel no primeiro semestre deste ano. As chuvas de vero devem ser regulares, o que favorece o desenvolvimento das plantas, e tendem a cessar no comeo da segunda quinzena de abril, justamente quando comea a colheita comea na regio. A notcia ruim que novamente h chances de ocorrncia de geadas no inverno, a partir de julho. De acordo com Etchichury, na referida estao o fenmeno La Nia deve perder fora e o clima, assim, deve voltar "neutralidade". "A ocorrncia de geada no inverno de algumas regies de So Paulo, Mato Grosso do Sul e Paran o padro climtico, no atpico", explica. "A cana que se expandiu para essas reas que tm risco natural de geadas", diz o meteorologista. Apesar de chuvas abaixo da mdia em dezembro nas regies tradicionais de cana, a tendncia de precipitaes mais regulares a partir deste ms. Em Ribeiro Preto, por exemplo, tradicional regio canavieira de So Paulo, a previso para os primeiros quinze dias de janeiro de chuva de 200mm, o que mostra grandes chances de a regio atingir a mdia histrica para o ms que de 300mm. No cultivo de gros, o alerta da Somar recai sobre os produtores rurais adeptos da chamada "safrinha" (segunda safra). Segundo Etchichury, de forma geral as chuvas do primeiro semestre do ano dificilmente se estendem at maio nas regies de gros do Centro-Oeste. Devem parar na primeira quinzena de abril. Com isso, no recomendado, segundo ele, extrapolar a janela de plantio da segunda safra nem para milho e nem para algodo, prtica comum em regies mato-grossenses. "O risco climtico ser grande", avisa o especialista. Em 2011, os produtores de algodo de Mato Grosso tiveram perdas na segunda safra, pois "esticaram" a janela de plantio. As chuvas desejadas no ocorreram nem no fim de abril e nem em maio, derrubando a produtividade e a qualidade da fibra. De forma geral, a meteorologia prev um primeiro semestre de clima muito semelhante ao mesmo intervalo de 2010. "No entanto, vemos ainda indefinies sobre o que ocorrer no segundo semestre", diz Etchichury. Fonte: Valor Econmico. Por Fabiana Batista. 3 de janeiro de 2012.