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Produtores brasileiros puxam avano global do cultivo de transgnicos 5e6328

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08/02/2012 - 17:38
Pelo terceiro ano seguido, o Brasil foi o grande responsvel pela expanso do cultivo mundial de lavouras geneticamente modificadas em 2011. o que mostram os dados divulgados ontem pelo Servio Internacional para a Aquisio de Aplicaes Biotecnolgicas (ISAAA, na sigla em ingls), uma organizao no governamental pr-transgnicos. No ano ado, a rea global plantada com sementes geneticamente modificadas cresceu em 8% -- ou 12 milhes de hectares - para 160 milhes de hectares. O Brasil sozinho respondeu por 40% dessa expanso. No ano ado, a rea ocupada com transgnicos no pas somou 30,3 milhes de hectares, um aumento de quase 20% ou 4,9 milhes de hectares em relao safra anterior. Foram 20,6 milhes de hectares de soja, 9,1 milhes de milho e 600 mil de algodo. Desse modo, o pas isolou-se na segunda posio entre os pases que mais plantam transgnicos, atrs apenas dos Estados Unidos - at 2009, o pas perdia tambm para a Argentina. "Isso s foi possvel porque o Brasil conseguiu desenvolver um sistema rpido de aprovaes e capaz de desenvolver sua prpria tecnologia", declarou Clive James, presidente da ISAAA, durante uma teleconferncia com jornalistas de todo o mundo. Desde 2005, quando a tecnologia foi regulamentada no Brasil, a Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana (CTNBio) liberou o plantio de 32 variedades geneticamente modificadas de soja, milho, algodo e feijo. S em 2011 foram seis aprovaes. A disseminao da tecnologia no Brasil impressiona, sobretudo no milho. Em apenas quatro safras, desde que o primeiro hbrido transgnico foi liberado no pas, quase 65% das lavouras de milho aram a ser geneticamente modificadas - nos ltimos trs anos, registraram-se mais variedades transgnicas do que convencionais do gro. No caso da soja, esse ndice beira os 83%, mas as primeiras sementes modificadas chegaram ao Brasil ainda no fim dos anos 1990, de maneira ilegal, contrabandeadas da Argentina. Durante a entrevista, James ressaltou mais de uma vez o papel da Embrapa, que obteve em 2011 a liberao comercial para o feijo resistente ao vrus do mosaico dourado - a primeira variedade transgnica totalmente desenvolvida por uma instituio nacional. Em 2009, a empresa j havia obtido a liberao para uma nova soja transgnica, desenvolvida em parceria com a Basf. Apesar do avano brasileiro, os Estados Unidos seguem lderes, no apenas em rea, mas tambm em variedade de cultivos transgnicos e no desenvolvimento da tecnologia. Em 2011, o pas plantou cerca de 69 milhes de hectares com soja, milho, algodo, canola, abbora, papaia, alfafa e beterraba geneticamente modificados - um aumento de 3,3% ou 2,2 milhes de hectares em relao a 2010. Desde 1996, quando a Monsanto lanou nos Estados Unidos suas primeiras sementes de soja resistente ao herbicida glifosato, apenas 29 pases adotaram a transgenia em suas lavouras e apenas plantam reas superiores a 1 milho de hectares. A tecnologia ainda enfrenta grande resistncia por parte dos ambientalistas, sobretudo na Europa, onde a tecnologia vista como uma ameaa biodiversidade. Em resposta crtica, James afirma que a disseminao dos transgnicos "fundamental para assegurar um crescimento sustentvel da produo mundial de alimentos, reduzindo o uso de pesticidas, aumentando a produtividade e poupando reas ocupadas com florestas". Segundo a ISAAA, metade de toda a rea plantada com transgnicos est nos pases em desenvolvimento - em 2012, eles devero ser a maioria no uso da tecnologia. No ano ado, a rea plantada com transgnicos cresceu em 11% ou 8,2 milhes de hectares em pases como Brasil, Argentina, China, ndia e frica do Sul, contra apenas 5% (3,8 milhes de hectares) nos pases industrializados. Segundo a ISAAA, o mercado de sementes geneticamente modificadas movimentou US$13,2 bilhes em 2011, um aumento de 12,8% em relao a 2010. O valor corresponde a pouco mais de um tero do mercado total de sementes, estimados em US$37 bilhes, e apenas 22% do mercado de defensivos agrcolas, que movimentou US$59,6 bilhes em 2011. Contudo, o "valor da produo transgnica" - ou seja, das safras geneticamente modificadas - ficou prximo de US$160 bilhes, nas contas da organizao. Fonte: Valor Econmico. Por Gerson Freitas Jr. 8 de fevereiro de 2012.