As vendas externas de lcteos do Brasil no devero alcanar a meta projetada para este ano. Ontem, a Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil (CNA) reviu as estimativas para as exportaes de leite e derivados. Dos US$300 milhes previstos, agora a instituio acredita que o Pas comercializar apenas a metade. Alm de reduzir a meta, a CNA alerta para o fato de o Brasil poder voltar a ser deficitrio na balana comercial de lcteos.
"O ritmo de crescimento das exportaes diminuiu", disse Rodrigo Alvim, presidente da Comisso Nacional de Pecuria de Leite da CNA. As vendas externas de lcteos chegaram a aumentar 96% em 2004, somando US$95,4 milhes, quando, pela primeira vez, o Brasil atingiu o supervit comercial do setor. No ano ado, as exportaes foram 36% maiores (US$130,1 milhes) e agora a previso de que cresam apenas 15,2%.
Apesar de no ano ado o ritmo de aumento na comercializao internacional j ter sido menor, a CNA avalia que parte do ganho ante a 2004 tenha sido em funo dos preos pagos aos produtores terem cado 27%, o que deixou as indstrias mais competitivas. No entanto, para este ano, a instituio projetava a retomada do crescimento exponencial das exportaes porque previa um dlar cotado a R$2,70 - quando atualmente gira em torno de R$2,15 -, e tambm porque houve investimento de R$350 milhes da indstria lctea para aumentar a produo visando o mercado externo e o anncio - ainda no concretizado - de que o Brasil aria a comercializar com o Mxico, um dos maiores importadores mundiais de lcteos.
O assessor tcnico da CNA, Marcelo Costa Martins, diz que os nmeros podem ser ainda piores para as indstrias brasileiras. Em agosto, pelo segundo ms consecutivo, as receitas com remessas de lcteos foram inferiores s obtidas no mesmo perodo do ano ado - US$12,8 milhes ante aos US$13,8 milhes de 2005. "Se continuar neste ritmo, talvez nem conseguiremos o supervit esperado", acredita.
Com um freio no ritmo das exportaes e os investimentos feitos pelas indstrias que no esto tendo o retorno esperado, os preos pagos aos produtores tm se mantido abaixo dos custos. Diante deste quadro, Alvim teve um desestmulo produo. "Como no podemos mexer no cmbio, esperamos que o governo possa pelo menos intervir no mercado interno", diz. O setor quer um prmio de equalizao de preos para os lcteos.
Fonte: Gazeta Mercantil