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Governo gasta cada vez menos com agricultura, aponta estudo h6u6w

por Fabio Lucheta Isaac
07/12/2006 - 09:34
Nos ltimos dez anos, os gastos mdios anuais do governo federal com as polticas agrcola e agrria no Brasil caram pela metade, de R$20,9 bilhes em 1985 para R$10,7 bilhes em 2005. Alm da drstica reduo de gastos, o governo mudou o foco das polticas. A prioridade, que antes era a agricultura tradicional, hoje so a organizao agrria e a agricultura familiar. Estes so alguns dos problemas enfrentados pela atual agricultura comercial brasileira, apontados pelo estudo "Repensando as Polticas Agrcola e Agrria do Brasil", elaborado a pedido da Associao Comercial de So Paulo e apresentado pelo presidente do Instituto de Estudos do Comrcio e Negociaes Internacionais (Icone), Marcos Jank, e pelo professor do Ibmec, Fabio Chaddad. O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Joo de Almeida Sampaio, tambm participou do debate. "A poltica agrcola brasileira est em choque. Precisa ser repensada", disse Jank durante a apresentao do estudo, que mostra um levantamento completo dos investimentos do governo federal em polticas agrcolas nas duas ltimas dcadas. Uma das concluses preocupantes, alerta Jank, a drstica reduo das verbas destinadas para a agricultura no oramento da Unio. A participao do setor chegou a atingir 11,9% em 1987, ou R$32 bilhes. Mas no ano ado foi de apenas 2% (considerando os Ministrios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrrio), de apenas R$12 bilhes. Interesses divididos Outro ponto que chama a ateno no estudo a diviso do setor agrcola em dois ministrios distintos: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa), dos patronais e agronegcios, e Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), dos agricultores familiares e da reforma agrria. "Vale destacar que o Brasil o nico pas do mundo com dois ministrios da agricultura", diz Jank. Essa diviso ajuda a explicar a mudana de foco dos gastos pblicos com o setor. Segundo mostra o estudo, o governo gasta cada vez mais com polticas dirigidas a grupos especficos (istrao, produtores endividados, assentamentos) e corta recursos dos bens pblicos fundamentais para a competitividade do conjunto dos agricultores, como pesquisa, defesa sanitria e outros. Alis, a defesa sanitria teve a maior reduo de verbas, em mdia 12% ao ano nos ltimos cinco anos. Fonte: O Estado de S. Paulo. 7 de dezembro de 2006. Leia mais sobre o assunto no artigo “A Lgica do contra-senso”, de autoria da equipe Scot Consultoria.