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Crise pe em risco retomada do rebanho 662f2v

por Equipe Scot Consultoria
02/12/2008 - 15:38
Se a crise financeira internacional pressionar de forma significativa o mercado de boi gordo do pas, a recomposio do rebanho bovino nacional pode demorar mais do que se pensava. Ainda cedo para saber o impacto da crise sobre as demandas interna e externa por carne bovina do Brasil, mas se a cotao do boi recuar de maneira que afete a rentabilidade do pecuarista, os investimentos para recompor o rebanho correm risco. “A rentabilidade menor pode fazer a recomposio (do rebanho) demorar mais”, observa Jos Vicente Ferraz, da AgraFNP. Aps um perodo de preos baixos, que levou ao descarte de matrizes e reduo da oferta de animais para engorda, a cotao do boi vinha se sustentando desde o fim de 2006. No ltimo ms, foi pressionada por problemas de crdito de frigorficos brasileiros e tambm de importadores como a Rssia, hoje o principal cliente do pas. Ferraz, que previa a recomposio do rebanho nacional a partir do fim de 2010, incio de 2011, ite que deve rever essa estimativa quando o efeito da crise sobre o mercado de boi estiver mais claro. Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, acrescenta que o problema de oferta de bovinos ainda no foi resolvido e que “para o produtor investir preciso ter retorno”. Para ele, se o mercado trabalhar em baixa no ano que vem, o pecuarista vai interromper os investimentos (para recompor o rebanho). Segundo a Scot, o boi comeou novembro a R$90,00 no interior de So Paulo e fechou a R$89,00. Numa mdia de 28 praas pesquisadas no pas, as cotaes recuaram 1,3% no ms ado, segundo levantamento da consultoria. Em relao a outubro, as cotaes recuaram, em mdia, 2,4%. Entre os cortes, houve recuo no dianteiro devido maior oferta. Conforme a Agra FNP, no dia 3 de novembro, a cotao era R$4,40; fechou o ms a R$4,00 o quilo. J o traseiro subiu de R$6,40 para R$6,70. “A exportao para a Rssia ainda no se normalizou. H carne (de dianteiro) desviada para o mercado interno”, observa Ferraz. O problema com a Rssia surgiu no fim de outubro ado quando, afetados pela falta de crdito por conta da crise, importadores daquele pas tentaram renegociar contratos, praticamente paralisando as vendas brasileiras. Um executivo do setor de frigorficos, porm, acredita que a rentabilidade menor no afetar o nimo do pecuarista para investir. Segundo ele, h atualmente “um equilbrio” na rentabilidade do setor, aps picos de alta. “Com crise ou sem crise, (a oferta de boi) no volta antes de 2011”, reconhece. O executivo observa que alm do ajuste do ciclo de produo do boi, outros dois fatos explicam a menor oferta: o aumento recente da capacidade de abate por parte de frigorficos e o ganho de eficincia na pecuria (reduo da idade de abate). Apesar de considerar que o setor de bovinos sofrer menos que o de outras commodities com a crise - exatamente pela oferta menor -, Ferraz acredita que o mercado de boi deve ter um incio de 2009 ruim no pas. O comeo do novo ano, diz, deve ser pressionado por consumo lento e exportaes de carne bovina “sem grande elevao”. A cotao So Paulo pode bater nos R$85,00 a arroba, projeta. Otimista, Tito Rosa, da Scot, prev “demanda mais ou menos estvel” em 2009 para a carne. Ele acredita que se houver presso de pases importadores para reduzir preos, o Brasil pode faz-lo por conta dos ganhos com o cmbio. Lembra ainda que, gradualmente, a Europa volta a comprar e que a oferta mundial de carne est em queda. Fonte: Valor Econmico. Agronegcios. Por Alda do Amaral Rocha. 2 de dezembro de 2008.