Boi: Lentido na venda de carne reduz presso por demanda de gado 6m6k50

A queda nas vendas de carne bovina no atacado, que j provocou uma forte desvalorizao nos preos dos cortes traseiros desde os primeiros dias do ano, tambm est forando os frigorficos a diminurem a demanda por boi gordo. Com escalas fechadas para cinco dias, as indstrias, especialmente de So Paulo, seguem sem muito interesse de compra nesta semana, tanto que o valor do indicador Esalq voltou a recuar, depois de registrar estabilidade no incio da semana. Ontem, ele fechou a R$83,21 por arroba, com uma nova queda de 0,22%. A lentido dos negcios no mercado fsico no est se refletindo na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Os contratos com vencimento em janeiro voltaram a subir e fecharam o prego de ontem cotados a R$82,42 por arroba, uma valorizao de 1,38%. Essa foi a quinta alta consecutiva na BM&F e reflete, segundo analistas, a baixa disponibilidade de animais para abate no mdio prazo. Com a volta das chuvas em algumas regies, os pecuaristas no se apressam para vender os animais, o que deixa o mercado com baixa disponibilidade e pequeno volume de negcios. “Os produtores esto esperando a abertura de novos preos. As propostas das indstrias recuaram muito e nesse patamar ningum est disposto a vender”, afirma um analista. Segundo relatrio da Scot Consultoria, o preo da arroba em Rondnia vale R$70,00 para pagamento a prazo e funrural a ser descontado e abaixo desse patamar no so registrados negcios. A misso de tcnicos europeus iniciou ontem as vistorias nas fazendas, frigorficos e no sistema de defesa agropecuria do Brasil. No Rio Grande do Sul, os tcnicos j aram pelo frigorfico Mercosul e iro hoje a duas propriedades e inspetoria veterinria do Estado. Hoje, uma das quatro equipes tambm comea a trabalhar em Mato Grosso do Sul. Est prevista a visita a uma unidade do Bertin e tambm em algumas fazendas. “Estamos preparados para receber a misso. Nos ltimos dois anos o combate erradicao da febre aftosa e as medidas para atender as exigncias europeias e da OIE (Organizao Mundial de Sade Animal) fazem parte de nossa rotina diria”, afirma Tereza Cristina Corra da Costa Dias, secretria de desenvolvimento agrrio, produo, indstria, comrcio e turismo de Mato Grosso do Sul. Segundo o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, em todo o Brasil foi possvel observar um reforo em todas as aes relacionadas defesa agropecuria e de rastreabilidade. “O Brasil est preparado para atender s exigncias da Europa, que no so poucas. Aparentemente est tudo certo”, afirma o consultor. De acordo com Tito Rosa, ampliar as vendas para o mercado europeu em 2009 teria uma importncia muito grande para o Brasil, uma vez que est difcil vender carne bovina neste ano. Para ele, o Brasil no pode abrir mo de nenhum mercado, especialmente um como o europeu, que compra grandes volumes e paga preos mais elevados. “Se o Brasil conseguir exportar as 180 mil a 200 mil toneladas que os frigorficos estimam, voltaremos para os nveis de 2007, antes do embargo”, afirma Tito Rosa. Fonte: Agncia Estado. Por Alexandre Incio. 23 de janeiro de 2009.