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Custo de produo do boi de corte fica 20,4% mais elevado 5p4h30

por Equipe Scot Consultoria
23/12/2010 - 16:22
Os custos de produo do gado de corte devem ficar mais altos em 2011, puxados principalmente pelo aumento de gastos de 20,4% vistos neste ano e pela perspectiva de manuteno em preos mais elevados dos insumos agrcolas no ano que vem. Os fertilizantes e concentrados foram os maiores responsveis pelo avano dos custos este ano, segundo estudo da Scot Consultoria. A anlise foi baseada na variao de preos realizada de janeiro a dezembro deste ano, usando como base quatro elementos essenciais para a produo da pecuria de corte de alta tecnologia: o fertilizante, o concentrado energtico, o concentrado protico e o suplemento mineral. Segundo o analista e zootecnista Gustavo Aguiar, em 2009 houve queda de 19% nos custos de produo de gado por conta dos reflexos da crise econmica global. Com isso, a tendncia natural j era de alta, entretanto, os baixos estoques e a maior demanda por gros como o milho e a soja auxiliaram essa retomada dos ndices. “O que percebemos uma retomada no movimento de alta geral das commodities. E esse ano vimos um momento de alta nos custos de produo”, disse. Os concentrados energticos, que tm como pilar principal o milho, registraram a maior alta entre todas as categorias, com um total de 76,5% na mdia geral de janeiro a dezembro deste ano. “Apesar desse grande crescimento do milho, em mdia, ficamos bem parecidos com o ano ado. Pois como o preo caiu bastante por conta da crise, ele agora est recuperando”, frisou. Os fertilizantes tambm acumularam uma alta significativa nesse perodo, fechando com 40,5%. O suplemento mineral, liderado pelo sal, contabilizou um aumento de 29,4% no ano. E, por fim, o concentrado protico com incremento de 15% no perodo. “A alta dos concentrados gerou grande impacto na produo de gados confinados. Entretanto, o produtor no sentiu muito esse efeito por conta da valorizao da carne bovina”, afirmou Aguiar. Para o produtor mato-grossense, Marcos Reinach, essa alta apenas retomou os patamares de preos perdidos em 2009, no afetando muito os rendimentos do produtor. Ele afirmou que os preos pagos pela carne bovina minimizaram os aumentos dos insumos. “Essa alta de preos no interferiu muito no meu negcio, e tambm no acredito que tenha tornado-o invivel para outros produtores. Isso faz parte do mercado, temos um ano melhor e outro pior”, comentou. Com a previso do setor de alta para os insumos em 2011, Reinach concordou que nesse caso o pecuarista brasileiro pode encontrar algum problema, destacando que o importante no o volume de faturamento e sim a rentabilidade gerada pelo negcio. “A alta dos insumos esperada no ano que vem pode complicar, porque se o preo do boi chegar ao preo teto visto este ano, mas o insumo seguir em alta, a rentabilidade cai. O que interessa a rentabilidade e no o faturamento’, garantiu ele. Por fim, o pecuarista no descartou a possibilidade, caso o cenrio acima se confirme, de uma produo ainda menor em 2011. “Um custo mais alto pode inibir o aumento de produo do pecuarista. claro que isso no uma regra, pois produtores estratgicos sempre faro confinamento para recuperar o pasto. Mas existem fazendeiros que somente visam lucros, e esses deixam de produzir quando no vale a pena”, afirma Reinach. O analista da Scot Consultoria afirmou que ainda difcil prever os custos para o ano que vem por conta das incertezas que rondam as safrinhas de milho. Ele destaca que o milho foi o fator interessante em deste ano e deve ser em 2011 tambm. Em curto prazo, a expectativa de um recuo nos preos do gro. “A safrinha de milho segue incerta por causa do clima e devemos virar o ano com um estoque de at nove milhes de toneladas de milho, que alto. Se a safrinha for boa teremos excesso do gro e os preos caem”, disse Aguiar. Para ele, a nica certeza que os custos ficaro ainda mais altos no prximo ano. “A tendncia de alta para os insumos to logo os custos de produo do gado de corte de alta tecnologia sero maiores tambm”, finalizou ele. Os custos de produo do gado de corte no Brasil devem ficar mais altos no prximo ano, puxados principalmente pelo aumento de gastos de 20,4% vistos neste ano. Fonte: DCI. Agronegcios. Por Daniel Popov. 23 de dezembro de 2010.