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O preo da corrupo 56663n

por Reinaldo Cafeo
19/09/2005 - 13:11
“Corrupo: ato ou efeito de corromper. Depravao. Suborno”. (Amora, Soares. Minidicionrio da Lngua Portuguesa. Saraiva. 1999.) Todos ns de certa forma sabamos que a corrupo existia e sempre existiu, todavia no tnhamos noo de sua real dimenso, notadamente no setor pblico. As denncias e descobertas recentes nos deixam atnitos e indignados. Mas afinal qual o preo da corrupo? muito difcil chegar em uma cifra, entretanto, h inmeras formas de analisar o prejuzo para a sociedade e h algumas estimativas nesse sentido. A ONU (Organizao das Naes Unidas), por exemplo, elaborou um ranking internacional da corrupo e o Brasil ficou no decepcionante 59. lugar (quanto mais distante do primeiro, pior). Perdemos at para Botsuasa e Suriname. A Finlndia a primeira colocada e os Estados Unidos o dcimo quinto colocado. Estimativas apontam para uma movimentao acima de 1 trilho de dlares no mundo todo. O Brasil, por exemplo, poderia crescer cerca de 1 ponto percentual em seu PIB anual. Todos sabemos que a corrupo enriquece poucos e empobrece a nao. Ela reduz os recursos para investimentos e leva o pas a ter pssima qualidade nos gastos pblicos. criado um verdadeiro ciclo vicioso: menor investimento, menor emprego, menor renda disponvel, menos creches, menos hospitais, pior qualidade nos servios pblicos, desestmulo maior ainda aos investimentos produtivos. At mesmo os preos pblicos so maiores quando se inclui o preo da corrupo, isso sem contar que os investidores estrangeiros incluem em suas anlises o nvel de corrupo, o que os leva ou a no investir no pas ou exigir um “prmio” maior pelo risco. Alm dos aspectos econmicos, h ainda os problemas com a legislao, com penas brandas, que levam a uma sensao de impunidade, estimulando o desvio dos recursos pblicos. Vale lembrar que no existe corrompido sem corruptor, portanto, ou se ataca a cadeia toda, ou ento, pessoas de bem se distanciaro cada vez mais do setor pblico, e o que pior, garantindo a perpetualizao de uma verdadeira “corja” no poder. Felizmente h muita gente de bem atuando no setor pblico, disposta a mudar esse estado de coisas. Se h um momento para se dar incio a mudanas estruturais, atacando o problema em toda sua dimenso, esse momento agora. Vamos exigir que o pas seja ado a limpo, caso contrrio, a indignao se transforma em acomodao e com ela um distanciamento das solues importantes para o pas. A combinao de legislao penal mais rgida, instrumentalizao do Judicirio, velocidade nas decises, transparncia no uso dos recursos pblicos, podem ser alguns indicativos para as mudanas necessrias ao pas. No vamos permitir que o conceito de corrupo seja praticado em toda sua dimenso: ato de corromper; depravao; suborno. Para finalizar vai a um bom indicado: corre na internet que na poca de Cristo houve a traio por 30 dinheiros, transformados em 30 mil (preo do mensalo), se a moeda fosse a mesma, indicaria uma inflao de 99.900 % (noventa e nove mil e novecentos por cento). Reinaldo Cafeo - 43 anos, economista, professor universitrio, ps-graduado em Engenharia Econmica, mestre em Comunicao. Atualmente, delegado do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas reas econmico-financeira, diretor da Associao Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justia do Trabalho e Cvel (percia econmico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Cincias Econmicas, comentarista econmico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritrio de Economia ECONOMI@ Online.