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A queda da Selic na prtica 21n1m

por Reinaldo Cafeo
23/01/2009 - 17:47
O Banco Central atravs do Comit de Poltica Monetria reduziu a taxa de juros bsica da economia brasileira em 1 ponto percentual. A chamada taxa Selic foi fixada em 12,75% ao ano. Partindo da constatao da queda de preos, por baixa demanda, somada a queda acelerada do nvel de atividade econmica, refletida no aumento do desemprego, o Copom no teria outro caminho seno reduzir os juros. Isso sem falar da presso da sociedade civil organizada. Essa queda refletir de imediato no custo da rolagem da dvida interna brasileira. Boa parte dos ttulos emitidos pelo governo remunerada pela taxa Selic. No decorrer dos meses essa queda poder, eu disse, poder, chegar na ponta, ao tomador de recursos. Acontece que a lgica : juros bsicos menores induzem os intermedirios financeiros (bancos, por exemplo) a remunerarem menos quem aplica seus recursos no sistema financeiro, abrindo oportunidade para reduzir os juros de quem precisa dos emprstimos. uma tendncia e no uma certeza, afinal, utilizando a lei de mercado, esses intermedirios financeiros podem ou no ampliar o volume de emprstimos. Se no ampliarem os juros no caem. De imediato somente os bancos oficiais anunciaram, via presso governamental, reduo dos juros ao tomador final. O grande problema no Brasil que o patamar de juros praticados pelo governo muito elevado se comparado ao resto do mundo. Os chamados juros reais (descontada a inflao) aqui no Brasil so os maiores do mundo, ficando cerca de 2 pontos percentuais acima da Hungria, segunda colocada no ranking. Alm disso os bancos exageram no spread bancrio (diferena entre juros pagos a quem aplica e de quem empresta recursos), encarecendo demasiadamente o custo do dinheiro. Em meio a crise as principais economias capitalistas reduziram drasticamente seus juros. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa bsica est abaixo de 1%. De qualquer maneira esse o jogo da poltica monetria: se a prioridade retomar o crescimento econmico, juros menores. Se a inflao subiu, juros maiores. Se a reduo de um ponto percentual no resolve todos os problemas ao menos retomamos o processo de queda e, finalmente, o Banco Central, comeou a entender melhor o lado real da economia.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitrio, ps-graduado em Engenharia Econmica, mestre em Comunicao. Atualmente, Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas reas econmico-financeira, diretor da Associao Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justia do Trabalho e Cvel (percia econmico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Cincias Econmicas, comentarista econmico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritrio de Economia ECONOMI@ Online.