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Inflao desgarra do centro da meta 3k564x

por Reinaldo Cafeo
14/12/2010 - 09:33
A discusso sobre o aumento de preos que no ado beirava a casa dos 40% ao ms, hoje est centrada no cumprimento ou no da meta anual de 4,5%. Qualquer aumento, mesmo que marginal, acende um sinal de alerta e no poderia ser diferente, pois o receio do descontrole de preos sempre presente. Em outras palavras “pequena inflao semelhante pequena gravidez, uma hora cresce”. Isto posto, vamos anlise dos dados acumulados at novembro, divulgados pelo IBGE. O IPCA - ndice de Preos ao Consumidor Amplo, que o ndice oficial, apurou alta mdia dos preos de 0,83% em novembro. Isoladamente o maior ndice mensal desde abril de 2005. Em onze meses a inflao acumula alta de 5,25%, ou seja, 0,75 ponto percentual acima do centro da meta. Portanto, sinal de alerta! Os viles: os alimentos e bebidas, os quais, juntos, tiveram elevao de 2,22% em novembro. Especificamente nos alimentos h dependncia do comportamento dos preos internacionais, que esto em alta, e ainda do consumo interno, tambm em alta. Agora em dezembro a coisa no deve ser muito diferente, pois o apelo para o consumo mais intenso grande. Sem atacar a cadeia produtiva e setorialmente, o governo se vale da poltica monetria. Ataca os produtos financiveis, amarrando o crdito e tornando os juros mais altos. Tenta, na mdia, manter as coisas sob controle. Ocorre que, ao decidir enxugar a liquidez, o Banco Central acaba afetando agentes econmicos que dependem do crdito abundante para sobreviver. As pequenas e mdias empresas, por exemplo, no possuem estrutura de capital de giro, portanto, alavancam seus negcios contraindo dvidas junto ao sistema financeiro. Pagaro parte da conta. Por outro lado, concessionrias de veculos, magazines, entre outros, se prepararam para vendas em crescimento, com possibilidade de financiamentos com prazos mais dilatados e as regras foram alteradas na ltima hora. um verdadeiro “a moleque”. Em resumo: a inflao no pode desgarrar, mas a inrcia do setor pblico, notadamente da autoridade monetria, tamanha, que em vez de atacar as causas do problema, com acordos setoriais, estoques reguladores, cortes de gastos pblicos, entre outros, atua na conseqncia, forando toda a sociedade a pagar um preo acima do que de sua responsabilidade. Como isso no mudar, o consumidor dever exercer seu soberano poder: adiar compras, comprar menos, substituir produtos, dizendo no aos aumentos abusivos.