Lanada ontem (18/7) a campanha "Sou agro", fruto dos sonhos e ideais de diversas lideranas da cadeia do agronegcio em dar respostas aos repetidos, injustos e insanos ataques que o setor tem sofrido nos ltimos anos, a ponto de muitos homens do campo se sentirem incomodados por serem produtores de alimentos.
A campanha bonita e profissional, deve trazer empatias ao agronegcio.
Envolve o grande pblico, profissional e simptica, em minha opinio resgata e d orgulho aos brasileiros de sermos uma nao agrcola. Mexe com o emocional, pelo menos de quem trabalha no segmento.
Assistam abaixo o comercial que foi ao ar ontem nas principais emissoras de TV, estrelado pelo ator Lima Duarte.
Entretanto, tenho l minhas dvidas sobre a conquista dos objetivos pretendidos, atravs de uma campanha de propaganda, como est sendo feita. Em minha opinio a referida campanha no ir remover as causas das antipatias direcionadas ao agro, pois no aborda e nem ataca as premissas do problema, e tampouco responde s acusaes. Os grandes inimigos do agronegcio no foram mencionados: o agronegcio americano e o europeu, originariamente, e ainda os ambientalistas e ONGs, em primeiro lugar, e alguns jornalistas em segundo lugar, especialmente televisivos, que atacam e agridem a produo de alimentos, cuspindo diuturnamente no prato em que comem.
Assim, acredito que a campanha em causa acabe cutucando as onas com vara curta e provocando nova onda de crticas, pois o problema ideolgico e emocional por parte dos ambientalistas e jornalistas.
Evidentemente que no seria funo da propaganda atacar os inimigos, at porque, propaganda "comparativa", ou "agressiva", no Brasil, muito mal vista pelo pblico. O que falta agregar na campanha do "Sou agro", um amplo trabalho profissional de Relaes Pblicas, no sentido de construir uma retaguarda ao agronegcio, com o objetivo de responder e neutralizar as diversas acusaes atribudas aos produtores rurais brasileiros, tratados hoje em dia pela grande mdia como criminosos ambientais.
Tudo isto, como sabemos, em vista do clima emocional reinante, redundou no Cdigo Florestal anacrnico j aprovado pela Cmara dos Deputados e hoje em debate no Senado.
H uma enorme dicotomia na sociedade brasileira, seja entre o povo ou nas classes dirigentes, na intelectualidade ou nas lideranas rurais, e entre os diversos pblicos que debatem, defendem ou criticam o agronegcio, entre os quais jornalistas, legisladores (com exacerbadas crticas da mdia s aes da bancada ruralista, e dizer que esta mal falada pouco...), e de ambientalistas, fornecedores de insumos, e at dos grupos do MST e Via Campesina. Isto vem dos tempos dos coronis de engenho, dos grandes cafeicultores, e tem no contraponto a imagem do Jeca Tatu, deturpada no cinema por Mazzaropi, como amlgama que hoje funde "agricultura familiar" com bia fria e gente do MST.