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Demanda mundial e os recursos naturais 3d4t5b

por Pamela Alves
23/12/2011 - 15:29
Durante a maior parte do sculo 20, os preos reduzidos dos recursos naturais, como energia, alimentos, gua e outros davam e ao crescimento da economia. Mas esta era est no fim. Enquanto a situao dos recursos naturais muda, se questiona se uma era de preos altos e crescentes riscos econmicos, sociais e ambientais est perto de acontecer. Os desafios nos prximos 20 anos, sero diferentes dos enfrentados no ado. O desenvolvimento acelerado de pases emergentes, especialmente China e ndia, pode resultar em mais de trs bilhes de novos consumidores compondo a classe mdia nos prximos 20 anos. Os novos consumidores esto modificando seus hbitos alimentares. O consumo de carnes na China, que j est aumentando, pode chegar a 75 quilos por habitante ao ano. Alm do desenvolvimento demogrfico e econmico desses dois populosos pases asiticos, deve-se considerar tambm os outros pases em crescente expanso, como Brasil, Russia e Mxico, entre outros. Observa-se que a demanda mundial por carne est em crescimento. Desta forma, o consumo no mundo crescer 1,5% ao ano nos prximos 10 anos, segundo projees da FAO. A nova classe mdia demandar tambm expanses e reestruturaes no meio urbano, principalmente nas economias em desenvolvimento. A demanda est se elevando ao o que encontrar novas fontes de recursos e extra-los est se tornando desafiador e caro. Entretanto, a iminncia da escassez de recursos pode ser um catalisador efetivo para a inovao e criao de novas tecnologias. Projetos envolvendo petrleo atualmente so menores do que no ado, e mais caros. A mdia de custo por poo de petrleo dobrou ao longo da dcada. A urbanizao, que segue numa escala sem precedentes pode desapropriar terras agricultveis numa velocidade maior. Os recursos naturais esto conectados. A falta de um ou alterao no seu preo pode rapidamente impactar no preo de outro recurso natural, e consequentemente na sua disponibilidade. A correlao entre os preos dos recursos naturais agora bastante perceptvel. Neste contexto, a alta de preos da gasolina, em geral, ocorre quando o mercado mundial de petrleo diminui os estoques ou a demanda pelo produto aumenta consideravelmente. Qualquer acontecimento que afete alguma parte do processo, desde a extrao at o refino do petrleo e o fornecimento da gasolina vai resultar em uma mudana no preo da gasolina. Os conflitos militares e sociais em pases que so grandes produtores de petrleo podem dificultar s companhias petrolferas extrair e processar o petrleo. Desta forma, com o preo maior da gasolina, ocorrer procura por um combustvel alternativo mais barato, no caso brasileiro o etanol, cuja demanda aumentar e, dependendo das condies da safra de cana (se houve reduo na produtividade devido seca, por exemplo) e dos estoques do produto, os preos do etanol podero aumentar e a disponibilidade ser alterada. Devido s redues dos lenis freticos, est aumentando o uso de processos de dessalinizao e grandes projetos de transferncia de gua, como da regio sul para a regio norte da China, que enfrenta secas severas anualmente. Os fatores ambientais tambm constritam a produo. O aumento na eroso do solo, a excessiva extrao de gua das reservas subterrneas, a acidificao dos oceanos, os desmatamentos e as conseqncias das mudanas climticas esto criando redues freqentes nas fontes de recursos naturais, consequentemente na produo e na atividade econmica de forma geral. Um estudo recente do Grupo de Trabalho da Economia de Adaptao ao Clima indica que regies esto em risco de perder 1 a 12% de seu Produto Interno Bruto anualmente como resultado dos padres atuais do clima. Mercados mais s, preos crescentes e o aumento da demanda por recursos naturais podem diminuir o ritmo do crescimento econmico, alterar o bem estar dos cidados (principalmente aqueles com baixa renda), apertar as finanas pblicas e aumentar as tenses geopolticas. Fonte: Revoluo dos recursos naturais - atendendo demanda mundial por energia, alimentos, materiais e gua. Por McKinsey Global Institute. Novembro de 2011. Traduzido, adaptado e comentado por Pamela Alves, analista jnior da Scot Consultoria.