No adianta berrar contra a escurido 1l2p3j

Por Arthur Chagas Diniz Tal como esperado, o encontro entre a chanceler alem ngela Merkel e a presidente Dilma Rousseff repetiu o discurso que ambas tm feito recentemente. Merkel dirigiu-se especialmente a seus parceiros europeus e a Rousseff, aos subdesenvolvidos que, por vezes sim, por vezes no, gostam de se chamar de emergentes. Merkel explicou o que Dilma chamou de “tsunami monetrio” como uma injeo de capital absolutamente necessria para manter alguns pases da zona do euro ameaados pela iliquidez. Dilma assume que a taxa de cmbio, com a valorizao crescente do real, torna impossvel manter o real em valor que permita aos subdesenvolvidos ou emergentes – como designado o Brasil (por ns mesmos) quando queremos ou precisamos de compreenso internacional (alternando para “6 potncia do mundo”, quando em atos de ufanismo interior) – manterem rentveis os produtos de exportao e torna irresistvel a atrao pela importao. O real est supervalorizado em consequncia do “tsunami” que resultou da entrada macia de capital externo especulativo buscando remunerao que no encontra em seu pas de origem. verdade, isto pressiona o cmbio valorizando o real, mas preciso olhar para o nosso prprio umbigo. Recolhendo um valor de quase 5 meses de trabalho sob forma de impostos, utilizando esta carga tributria para financiar despesas correntes (especialmente salrios milionrios, aposentadorias e penses em valores superiores folha de ativos) sobra muito pouco para manter a infraestrutura existente. As despesas com a folha de pagamento de funcionrios pblicos aposentados (e seus pensionistas) s vo crescer at o FUNPRESP ar efetivamente a funcionar (36 anos). At l, para no ter que enfrentar com gritos e repulsa investidores ou especuladores externos, Dilma vai ter que, independentemente de suas crenas ou ojerizas pessoais, tratar o programa de privatizao da infraestrutura do Brasil como assunto prioritrio. No adianta berrar contra a escurido, o remdio acender a luz.