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Paulo Reimann engenheiro qumico formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui MBA Executivo pela North London Business School, Inglaterra. responsvel pelas operaes da Gelita Americas no Brasil, Mxico e Estados Unidos.
Scot Consultoria: Qual a posio do Brasil como produtor de gelatina? E quais so, no contexto internacional, os maiores produtores? O pas expressivo na exportao do produto?
Paulo Reimann: O Brasil segue expressivo nas exportaes, porm, menos que antes. No se trata de consumo interno e resultados da politica de incluso social (que serviu e serve para automveis, televises e agens de avio). O Brasil deixou de ser competitivo, mas principalmente por conta da concorrncia. A indstria de gelatina nacional feita de empresas maduras e srias, consolidada.
Atualmente so cinco, todas com expresso e padro internacional. A inflao, custos de infraestrutura e cmbio voltil causaram um ajuste muito forte na indstria. Todos amadureceram e o foco eficincia.
O Brasil um importantssimo produtor, mas a Europa, EUA e a China so to importantes quanto o Brasil e a Amrica do Sul. Moral da histria: o conto dos recursos infinitos so finitos e a indstria adaptou-se a isto.
Scot Consultoria: Quais so os fatores que influenciam a produo de gelatina?
Paulo Reimann: A primeira grande influencia a soberania do mercado. O resto colateral. Existem indicadores importantes: tipo de curtimento (integral ou diviso - sendo que o integral mais utilizado e gera menos matria prima), abates dos animais. Porm, se no houver mercado de gelatina, inovao e investimentos na ponta do consumo, pode-se dividir ou abater todo o rebanho, o que no resolver o nosso problema.
Hoje, a presso custo to gigante (para no dizer) que o teto mximo foi alcanado. No conseguimos mais rear os preos aos clientes. Por exemplo, a cpsula farmacutica, seja de ibuprofeno, genrico ou vitamina E, ficou to cara que a volta pra outros mecanismos de apresentao j est sendo revista.
Scot Consultoria: Qual o desempenho esperado para o setor neste ano?
Paulo Reimann: As margens so abaixo da expectativa. Um empate tcnico. Um misto de presso de custos e preo de gelatina que atingiu seu limite. Ano ado foi ruim e este ano ser igual. um ciclo que pode ser longo (o que no bom para ningum).
Scot Consultoria: Quais so os principais entraves ao setor no mercado nacional e no internacional?
Paulo Reimann: Existem questes regulatrias que o Brasil tem de encarar. Nada de aqui pra fora. Tudo para dentro. O Ministrio da Agricultura mais lento que a nossa demanda. A questo da rastreabilidade ainda est empacada (porm ser resolvida de forma que a cadeia de suprimentos tenha que se ajustar). A outra opo ser descartar matria prima e gerar ivo ambiental.
Scot Consultoria: Existe elasticidade renda na demanda pela gelatina?
Paulo Reimann: No. Vrios preos so regulados pelo Governo (farmacuticos) ou existem substituies a preos mais competitivos (casena, por exemplo).
Scot Consultoria: Qual o setor que mais absorve gelatina no Brasil?
Paulo Reimann: o setor alimentcio. Gomas, sobremesas e laticnios consomem 60%, enquanto o segmento farmacutico representa 30%. O resto formado por nichos ou utilizao tcnica. Saudabilidade outra possibilidade. Porm, por definio, os substitutivos esto a para serem aproveitados.