Por vrios anos, duas instituies internacionais, o IMD e o World Economic Forum, realizaram uma pesquisa em conjunto sobre a competitividade mundial, divulgando anualmente um relatrio e um ranking que eram muito aguardados por investidores e analistas do mundo todo. ados alguns anos, as duas instituies separaram-se e aram a divulgar separadamente os resultados de suas pesquisas. Apesar de possurem metodologias e amostras diferentes, os relatrios contendo os resultados de suas pesquisas anuais continuam desfrutando de grande respeitabilidade. 35757
No apagar das luzes do ms de maio, o IMD, considerada a terceira melhor escola de negcios do mundo pelo jornal britnico Financial Times, divulgou o resultado de sua pesquisa em 2012, revelando que o Brasil, que j perdera seis posies no ano ado, perdeu mais duas posies em 2012, caindo para a 46 posio num ranking constitudo de 59 pases.
O IMD conta com a colaborao da Fundao Dom Cabral, tida como a oitava melhor escola de negcios do mundo na mesma pesquisa do Financial Times, para a coleta e anlise dos dados sobre o Brasil, onde foram entrevistados 4.200 executivos internacionais.
No ranking, que tem Hong Kong na liderana, seguida por Estados Unidos e Sua, o desempenho brasileiro apresenta altos e baixos, sendo os segundos mais relevantes que os primeiros.
Entre os indicadores positivos identificados pelo estudo aparecem o melhor controle da evaso fiscal, melhor expectativa de suprimento de energia, maior recebimento de investimentos diretos estrangeiros e crescimento nas exportaes, embora haja uma observao quanto ao fato desse crescimento ser excessivamente representado por produtos de baixo valor agregado.
J entre os indicadores negativos, o World Competitiveness Yearbook (WCY) aponta uma forte reduo do fluxo de investimentos brasileiros no exterior, a reduo do ritmo da economia, o aumento da inflao e do custo de vida e, principalmente, a burocracia, o protecionismo, as tarifas alfandegrias, a corrupo e a pssima estrutura tributria.
Sabendo que estou correndo o risco de ser repetitivo, pois abordei este mesmo assunto em meus dois ltimos comentrios, encerro o desta semana reproduzindo a afirmao do professor Carlos Arruda, da Fundao Dom Cabral, responsvel pela coleta dos dados da pesquisa no Brasil: "O governo fazer uma reestruturao do sistema tributrio muito necessrio, mas no deve ser exclusivamente para curto prazo, para estimular o consumo. Temos de estimular a capacidade do pas de ter mais participao no comrcio internacional. No podemos ser s um pas para atender s demandas da nova classe mdia".
Sobre as perspectivas, o ponto de vista do professor Arruda tambm no revela otimismo: "As ms notcias [como a da queda deste ano] vo ser recorrentes se ns no fizermos uma ao de pas, abandonando de vez a cultura de curto prazo. Segundo ele, preciso ter um projeto de pas feito pelos setores pblico e privado em conjunto para investir no aumento da produtividade e no reposicionamento do Brasil. "J estamos no meio do ano e as agendas so todas de curto prazo. O Brasil no est mal, mas no est se preparando para o futuro", concluiu.
Quem sabe, com mais gente engrossando o discurso, Deus d mais uma prova de que brasileiro e faz com que nossas autoridades enxerguem mais longe, agindo estrategicamente!
*Por Luiz Alberto Machado