A Falcia do 13 63142f

Diversos jornais do pas noticiaram, na semana ada, reverberando clculo produzido pelo DIEESE, que o pagamento do dcimo terceiro salrio, pago aos assalariados e pensionistas do pas durante o ms de dezembro, "injetar" na economia brasileira mais de cento e trinta bilhes de reais, fazendo a festa dos assalariados e pensionistas, alm, claro, de impulsionar a economia brasileira. 24285b

Nada poderia ser mais equivocado, seja do ponto de vista macro, como microeconmico.

Em primeiro lugar, o que tido como um benefcio concedido ao trabalhador est mais para a explorao deste. Ora, o custo de um empregado para qualquer empresa calculado com base no salrio acordado (principal), mais encargos (fiscais e trabalhistas). Em outras palavras, o contratante sabe, de antemo, que o custo total da mo-de-obra, no fim do ms, equivale aos salrios pagos, acrescidos de todos os demais encargos incidentes, inclusive do famigerado 13.

Empresas bem organizadas e istradas costumam inclusive provisionar as verbas do 13 (e das frias), lanando as respectivas despesas ms a ms, podendo, alm disso, depositar o dinheiro em contas separadas, para utilizao nas pocas prprias. Como as empresas contabilizam a despesa, mas no desembolsam os recursos imediatamente, elas obtm um ganho financeiro em cima do tempo que levaro para transferir efetivamente os recursos a seus reais titulares.

No aspecto macroeconmico, a coisa no muito diferente. Essa conversa de que o dinheiro do 13 estimula a economia uma grande bobagem. A maior parte do dinheiro desembolsado pelas empresas e pago aos trabalhadores em dezembro j circulava no mercado, na forma de poupana (prpria ou de terceiros). O aumento do consumo durante o ms de dezembro, portanto, se dar custa da reduo da poupana agregada, do endividamento das empresas ou do prprio consumo que deixou de ocorrer nos meses anteriores, sem falar dos tributos que foram deslocados para a Previdncia Social a fim de que esta pudesse pagar o 13 de aposentados e pensionistas.

Por Joo Luiz Mauad