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A seca e as autoridades ditas ambientais da Ilha da Fantasia a3n1j

por Luiz Prado
30/01/2013 - 10:00

Especialistas de vrias formaes avisam que o semirido nordestino levar pelo menos uma dcada para se recuperar da ltima seca, que agora termina.... se as chuvas voltarem aos ndices "normais" para uma regio marcada por esse tipo de ocorrncia. 112b6w

Esse certamente o melhor perodo para as autoridades federais ditas "ambientais" aplicarem na regio as regras de reservas legais e reas de preservao permanente. Com a palavra o Ministrio do Meio Ambiente, que ao longo do ltimo perodo defendeu com unhas e dentes a manuteno de uma lei dita "ambiental" que trata de maneira igual a Amaznia, as Serras Gachas, o Pantanal, e o semirido nordestino sob o pretexto de "proteger os recursos hdricos" sem nunca sair do plano mais abstrato - e de certa forma autista - para o mundo real.

Aos fatos! Em Campo Alegre de Lourdes, no noroeste da Bahia, a implantao de uma pequena estrada de terra formou um represamento de gua de chuva que eles chamam de "barreiro". Para evitar que a gua acumulada cause danos estrada, a empreiteira colocou uma manilha para a drenagem a partir de um certo nvel. Na rea em que a gua se acumula, algumas dezenas de pequenos produtores fizeram dispositivos para a produo de hortalias que vendem na pequena cidade. Cabe ao MMA ou ao rgo ambiental da Bahia exigir que algum - quem? - faa a recuperao da vegetao nativa na rea de preservao permanente (APP) no entorno desse reservatrio ou lago - j que a regra vale para reservatrios naturais ou artificiais.

Ah - como se pode ver na foto no canto inferior direito, muito frequentemente o reservatrio serve para que indivduos captem gua que depois transportada em lombo de burro e em pequenas carroas para o abastecimento da cidade.

Outro exemplo de algo que comum em todo o serto pode ser vistos em Valente, no noroeste da Bahia, onde no ado "seu" Joo e amigos construram um pequeno aude com as prprias mos. Conta "seu" Joo que isso ocorreu na dcada de 1950, que eram dezenas de homens trabalhando com enxadas e marretas, transportando pedras sobre pequenas padiolas improvisadas para aumentar uma depresso natural do terreno e assegurar a acumulao de gua das chuvas no curto perodo em que elas ocorrem nessa regio do semirido. A filha de seu Joo, Marluce, sentada s margens do reservatrio com os filhos, cria cabras e recebeu da excelente cooperativa local - APAEB - um kit de irrigao por gotejamento para plantar o milho que lhe reduz em muito o custo da alimentao das cabras.

Agora, com as recentes chuvas, talvez o MMA possa contratar a SOS Mata Atlntica para demarcar o nvel usual do pequeno aude de uso coletivo de maneira a fazer cumprir as regras ambientais genricas que eles defendem com unhas e dentes. O MPF que questiona a validade das regras que reduzem as exigncias de reservas legais e de reas de preservao permanente para pequenos produtores rurais talvez possa tirar os sapatos de pelica e fazer uma visita regio, deixando o conforto das salas refrigeradas da "Ilha da Fantasia" chamada Braslia.

Quem sabe, unidos, eles conseguem colocar essa gente toda na ilegalidade e process-los por "crime ambiental"!

Nota - todas as fotos foram feitas pelo autor do artigo, que trabalhou por muitos anos no mundo real com pequenos produtores rurais em diferentes reas do Brasil.

Fonte: www.codigoflorestal.com