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Unio Europeia amplia controle contra bactria e retm cargas de carnes 4p1j26

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01/04/2013 - 08:48

Autoridades sanitrias na Unio Europeia (UE) vm retendo cargas de carnes do Brasil, Argentina, Austrlia e Estados Unidos, como resultado de maior rigidez no controle contra a bactria E.coli, e ampliando as incertezas entre exportadores e importadores. 255n4v

O Valor apurou que trs cargas de carne bovina brasileira foram retidas recentemente no porto de Roterd depois de os inspetores terem identificado a bactria E.coli em contineres que usaram como amostragem. Dias mais tarde, numa segunda verificao, liberaram duas cargas aps conclurem que no tinham relao com a fonte virulenta e mortal da bactria. No entanto, uma terceira carga permanece bloqueada, enquadrada no Sistema de Alerta Rpido para os Gneros Alimentcios e Alimentos para Animais (Rasff), instrumento-chave da UE para reagir a incidentes nessa rea.

A Argentina j teve 15 cargas bloqueadas nos ltimos tempos. Alguns contineres argentinos j tinham sido rejeitadas em portos na Alemanha no ano ado. A questo acompanhada por outros compradores de carnes e joga suspeitas consideradas infundadas que podem causar problemas, e mais custos, em outros mercados.

Jean-Luc Meriaux, secretrio-geral da Unio Europeia do Comrcio de Gado e de Carnes, que representa importadores europeus, disse que o atual tipo de controle, com a reteno da carne, "perturba bastante a programao" dos compradores.

Ele disse que o controle contra E.coli sempre existiu, mas que a surpresa agora que se constata uma elevao "abrupta" de casos positivos da bactria nas cargas que chegam ao Porto de Roterd. "As autoridades holandesas no deram at agora nenhuma explicao para isso", acrescentou. "Pode-se sempre encontrar E.coli, porque h enorme variedade da bactria, mas o nvel de perigo tambm muito varivel", afirmou.

Em 2011, a Unio Europeia foi abalada pela crise dos gros vegetais contaminados por uma fonte mortal da bactria E.coli. Trata-se da Escherichia coli Shiga Toxignica (STEC), que matou 48 pessoas na Alemanha e uma na Sucia, numa das epidemias de origem alimentar mais graves da histria do bloco europeu.

Desde ento, cada autoridade porturia age com diferente tipo de rigor, causando confuso entre os operadores do comrcio exterior, segundo uma fonte no setor.

Brasil, Argentina, Austrlia e Estados Unidos pressionam Bruxelas para harmonizar as amostragens por contineres. Os europeus prometeram que dentro de duas semanas tero um esboo de recomendaes comuns que pretendem enviar aos portos.

"Os europeus tm o problema e acham que os outros tambm tm, quando no verdade", reclamou uma alta fonte que conhece bem o setor. J os europeus costumam retrucar que vo manter um dos padres mais elevados de segurana alimentar do mundo.

Em 2011, a Alemanha responsabilizou inicialmente pepinos importados da Espanha como foco da epidemia da bactria, o que foi descartado depois.

Em seguida, a Rssia foi o primeiro pas a proibir a importao de todas as verduras e legumes frescos de pases da Unio Europeia por causa da infeco. Autoridades russas aproveitaram na ocasio para lembrar que "a elogiada legislao de sade da Europa, que a Rssia era pressionada a adotar, no funciona".

Fonte: Valor Econmico. Por Assis Moreira. 28 de maro de 2013.