A necessidade de produzir mais em menos rea uma realidade para a pecuria brasileira. O mercado e a legislao ambiental conduzem para essa estratgia. 36584y
Em funo desse cenrio que nos dias 25 e 26 de setembro acontecer em Ribeiro Preto-SP o Encontro de Adubao de Pastagens da Scot Consultoria - Tec- Frtil.
Para maiores informaes e www.encontrodepastagem.com.br.
Jos Francisco da Cunha engenheiro agrnomo, diretor da Tec-Frtil e um dos organizadores do Encontro.
Sua palestra ser sobre "Mercado de Fertilizantes e suas implicaes econmicas em reforma de pastagens".
Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu organizao do Encontro de Adubao de Pastagens.
Entrevista com Jos Francisco da Cunha
Scot Consultoria: Qual a expectativa de preos de fertilizantes no mercado interno para 2013/2014?
Jos Francisco da Cunha: A formao dos preos internos est inteiramente atrelada aos preos internacionais das matrias-primas e condicionada ao ambiente econmico do pas. H uma grande influncia da taxa cambial e dos custos operacionais com transporte e mo-de-obra. Diante de um cenrio internacional de baixa nos preos das matrias-primas, mas elevao da taxa cambial, os efeitos quase que se anulam atualmente e os preos no mercado interno em reais esto praticamente estveis dentro do horizonte do plantio para a safra 2013/14. J para o ano de 2014, podemos esperar preos um pouco mais baixos a partir da transferncia da queda das cotaes no mercado interacional.
Scot Consultoria: Como esto os preos no mercado internacional?
Jos Francisco da Cunha: Os fertilizantes esto com preos em queda no mercado internacional. Porm, para este ano, o efeito est sendo neutralizado pelo aumento da taxa cambial.
Os fertilizantes nitrogenados, como a ureia, por exemplo, tem comportamento muito voltil e variam muito com as expectativas de demanda durante o ano. Devido boa oferta e acrscimo de produo, inclusive com custos mais baixos por conta das novas fronteiras de explorao de gs, os preos devem se manter abaixo dos patamares atuais.
Os fertilizantes fosfatados apresentam demanda internacional enfraquecida e com isto os preos estaro mais baixos.
Nos fertilizantes potssicos, como o Cloreto de Potssio, por exemplo, o fator de queda de preos o rompimento do cartel russo, com sinalizao de prtica de preos mais baixos e aumento de produo. Por isso, os preos estaro mais baixos durante um perodo cclico at que as foras deste mercado oligopolizado se organizem novamente.
Scot Consultoria: O Brasil depende das importaes para abastecer a demanda interna por fertilizantes. Qual a expectativa com relao ao aumento da produo nacional? O Brasil ser autossuficiente neste segmento?
Jos Francisco da Cunha: No h nenhuma perspectiva de autossuficincia neste setor e nem seria adequada esta meta devido aos recursos naturais limitados disponveis no Brasil, alm dos riscos financeiros e operacionais deste setor que exige investimentos elevados e um longo perodo de retorno.
Existem muitos projetos em implantao para aumento da produo de fertilizantes, mas a capacidade adicionada pequena diante da demanda total, que tambm crescente. At o final deste ano haver aumento substancial na oferta de sulfato de amnio e, no prximo ano, de ureia.
Vrios projetos de fosfatos tambm esto em andamento, porm so mais lentos e a adio de capacidade imediata pequena.
J para o potssio, a dependncia de importaes muito elevada, acima de 90,0%. Os projetos em andamento mais viveis proporcionaro apenas um pequeno aumento com relao produo atual. Alm disso, atualmente, a produo est em queda.
Alguns outros projetos so ainda mais complicados, por se tratarem de fontes alternativas ou locais de difcil operao. Estes projetos podem ficar inviabilizados devido queda dos preos no mercado internacional.
O fato principal que precisa ser reconhecido que o setor agropecurio garante um supervit comercial elevado para o pas e uma das alavancas para a produo o uso adequado de fertilizantes. Por isso, as importaes no deveriam ser encaradas como um nus ao pas.
Deveria sim haver uma maior preocupao para que este processo ocorresse de forma menos onerosa e mais confivel, com desonerao de operaes, investimentos em portos e transportes para garantir uma reduo no custo Brasil.