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Com manejo integrado de pragas, ataque de Helicoverpa 60,0% menor nesta safra 302t2r

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02/04/2014 - 09:07

Os fatores clima e o ataque de outras pragas dificultam a avaliao sobre o tamanho do prejuzo com a Helicoverpa armigera na safra 2013/2014, mas os especialistas apontam uma reduo de pelo menos 60% nos danos causados pela lagarta em relao ao perodo 2012/2013. 6r26l

O resultado positivo consequncia de uma mudana de comportamento do produtor rural. Com medo de perder a produo e sem a liberao de defensivos como o benzoato de emamectina, o agricultor encontrou no manejo integrado de pragas a soluo.

Quando surgiu, atacando a safra 2012/2013, a lagarta Helicoverpa armigera foi motivo de pnico entre os produtores rurais.

- Ns tnhamos gasto todo o defensivo para lagarta que era para soja e para o algodo e tivemos que entrar no mercado comprando porque no estvamos nem na metade e ainda tinha todo o algodo. Acabou que um custo de US$300,0 mil foi parar em quase US$600,0 - afirmou o produtor Rony Reimann.

Ele foi obrigado a adaptar suas prticas no campo, para ficar mais preparado para o combate praga. O manejo integrado e o controle biolgico vieram como salvao. Reimann usou o vrus HzNPV quando a populao de lagartas estava em 8,0% e teve pacincia. Depois de aplicar, percebeu que as lagartas continuavam comendo, mas com menos intensidade. Mas, o resultado veio quando as lagartas incharam at explodir.

- Este ano, na soja, com Helicoverpa no tivemos perdas e a nossa economia com defensivos direcionados para complexos de lagartas ficou em torno de 50,0%, isso tudo por conta do biolgico e comeamos a achar aranhas no meio da lavoura, coisa que no se achava mais, alm de vespas que comem ovos de lagarta, enfim melhorou todo o ambiente dentro da lavoura. No s o fator econmico - relatou Reimann.

At agora, os tcnicos afirmam que o ataque foi 60% menor na safra 2013/2014, comparado anterior. O resultado consequncia de uma mudana de viso dos produtores, que aprenderam que a praga no tem barreiras.

- A praga foi menos intensa porque onde h um uso menos intensivo de inseticida que mata os inimigos dela. Existem varias coisas, uma combinao de fatores muito grande. O clima ajudou o ambiente - declarou o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Derli Santana.

- No diminumos o numero de aplicaes advento do prolongamento do ciclo da cultura da soja ou encurtamento da safra ada, porm conseguimos variar bem mais os grupos qumicos utilizados e quando houve picos de infestao conseguimos logo reduzi-los e trabalhar dentro das margens mais confortveis - afirmou o agrnomo Rinaldo Grassi.

Na Bahia, onde a Helicoverpa armigera apareceu pela primeira vez dizimando boa parte da produo de algodo, os agricultores gastaram, nesta safra, R$600,0 milhes s em defensivos para as culturas do algodo e da soja. Uma reduo de 50,0% comparando com a safra ada.

O cenrio na regio de Luis Eduardo Magalhes (BA) tem o que os tcnicos chamam de agroecossistema favorvel para a expanso da praga se no for feito o controle adequadamente. Da divisa com Gois at as divisas com Piau e Maranho, possvel caminhar pelas lavouras em uma janela produtiva que vai de outubro at julho. Por isso, a estratgia de combate deve envolver todos os produtores.

- Com o manejo que os produtores tem feito e em funo de outras caractersticas que ainda no sabemos explicar, a populao de pragas est abaixo do nvel de dano em quase todas as regies do pas, mas ela est presente por a e muito importante fazermos o manejo integrado de pragas para evitar a exploso populacional - explica o pesquisador da Embrapa Sergio Abud.

A crise da Helicoverpa assustou tambm os rgos de controle de produtos qumicos do governo. Agora, novos casos semelhantes, devem ter aes mais rpidas.

- Nossa legislao precisou ser aperfeioada para poder atender a essa situao de emergncia que vivemos no ano ado. A interao entre o Ministrio da Agricultura com os rgos estaduais foi fundamental. Sem a perseverana e a forma de agir da Agncia Estadual da Bahia no teramos conseguido controlar essa praga do jeito que foi controlado - afirmou o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministrio da Agricultura, Luiz Eduardo Rangel.

Fonte: Canal Rural. 1 de abril de 2014.