Ecologistas comemoraram a aprovao do Protocolo de Nagoya. Que funcionaria assim: uma empresa desenvolve um produto. S que ele foi feito a partir de planta que s existe numa comunidade indgena. Pelo protocolo de Nagoya, essa hipottica multinacional teria que pagar royalties para o governo brasileiro e tambm para a comunidade indgena. 3r4f6q
A coluna "Economia Verde", O Globo 24.07.14, usa o chavo "multinacional" ao tratar do assunto e cita o caso das sementes de seringueira que foram roubadas do Brasil. Mas se esquece de Palheta que trouxe para o Brasil sementes roubadas de caf e que essa cultura sustentou a economia do pas por muitas dcadas. Desonestidade intelectual ou ignorncia?
Segundo o colunista, a "famosa bancada ruralista contra" porque acham que "o Protocolo de Nagoya no uma medida de proteo, mas uma ameaa".
Temem os ruralistas que sejam obrigados a pagar royalties por produtos que hoje sustentam o pas porque so eles que sustentam nossa balana comercial. Como a cana-de-acar, a soja, o caf, as carnes bovinas, sunas, de frango. Todos so itens que tiveram origem fora do Brasil e sobre os quais no pagamos royalties.
Bela vitria. Receber royalties de sementes ou plantas sem nenhuma expresso econmica e ter o risco de pagar royalties sobre toda a riqueza gerada no agronegcio brasileiro. Os EUA no aprovaram essa e outras farras internacionais. No aceitam esse risco para o agronegcio deles.
Outra boa dos ecologistas: conseguiram proibir a construo, no Brasil, de reservatrios nas novas usinas hidreltricas. O resultado um verdadeiro "samba do crioulo doido" ecolgico: cada vez aumenta mais a energia produzida por usinas trmicas de gerao suja com queima de combustvel finito e poluente em detrimento da hdrica de gerao limpa e com fonte renovvel. Sem falar no custo.
Mais dos ecologistas. Fizeram muita fora e chegaram bem perto de destruir a produo agropecuria desse pas ao conseguir regras para que fossem punidos, por crime, todos aqueles que plantam e produzem em reas em que havia florestas antes do advento da legislao que ou a impedir a derrubada da mata. Vale dizer, punir 100% dos produtores rurais do Brasil. Foi instituda a punio criminal para os produtores rurais, com aplicao retroativa de uma regra nova, com base em MP de Zequinha Sarney. Ainda hoje os ecologistas lutam contra o novo Cdigo Florestal que acabou com essa barbaridade.
Para o mal do pas a lista no termina nos exemplos aqui citados, basta lembrar a luta contra os transgnicos. E no se diga que citei teses de ecologistas radicais, pois jamais conheci um que no seja radical. O pas era melhor quando o ativismo dos ecologistas era em defesa de baleias e do mico-leo dourado.
Fonte: Instituto Liberal. Por Humbero Esteves Marques. 15 de agosto de 2014.