H produtores com 40,0% de perda na produo de caf em Minas Gerais, diz FAEMG 326a3q

O diretor da Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e presidente das comisses estadual e nacional de caf, Breno Mesquita, no est to otimista quanto o ministro da Agricultura, Neri Geller, em relao quebra de safra 2013/14 de caf devido estiagem. 404o6a

"Tenho conversado com produtores de Minas Gerais, So Paulo, e todos eles, de forma unnime, atestam ter perdas superiores a 30,0% de sua produo. Em algumas regies de Minas Gerais, o porcentual ultraa 40,0%", disse Mesquita, aps a abertura da Semana Internacional do Caf 2014, no Expominas.

Segundo ele, no h, no momento, como mensurar os efeitos que a seca ter na safra da commodity de 2014/15. "Mas com certeza ser sentido", disse. Mesquita no acredita que faltar produto no mercado, porque h estoques. Ele comentou que o recente movimento de alta dos preos do produto no compensa as perdas de produo.

"Hoje, o mercado est trabalhando na faixa de R$420,00 a R$450,00 a saca de boa qualidade. A perda em algumas regies ultraa 40,0% e no consegue equilibrar. Alm disso, ele (o produtor) no sabe o que vai colher no ano que vem", declarou.

Para Mesquita, a tendncia de que com a menor oferta nesta e na outra safra e demanda ainda aquecida, os preos busquem um patamar maior do que os atuais. O diretor da FAEMG disse ainda que polticas pblicas, aliadas a uma boa gesto por parte do produtor, so fundamentais. "J comeamos a discutir com o Ministrio e outros rgos o que podemos fazer para amenizar a situao do produtor", informou.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, do Ministrio, e da Organizao das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (OCEMG), o PIB do agronegcio mineiro de R$150,00 bilhes e o caf representa 47,0% das exportaes do setor no Estado. Mais de 550 municpios, dos 853 de todo o estado, trabalham com caf. As cooperativas do segmento em Minas somam 58 e o Estado responsvel por mais de 50,0% da produo nacional da commodity.

Preo do caf ao consumidor deve ter novo reajuste este ano

O diretor executivo da Associao Brasileira da Indstria de Caf (ABIC), Nathan Herszkowicz, disse que a indstria deve reajustar o preo do produto ainda este ano. Segundo ele, que participa da Semana Internacional do Caf 2014, no Expominas, enquanto a cotao da commodity subiu 80,0% em 2014, o ree ao consumidor variou de 18,0% a 20,0%. Uma parte da indstria no teria sequer reado o aumento.

"A indstria fez esse reajuste ao mesmo tempo em que a matria-prima, que o caf em gro, avanou 80% no mercado internacional. Como o cenrio dos preos do caf voltil, isso se traduz em um cenrio de presso para a indstria. Os aumentos viro na medida em que os custos pressionarem", declarou.

Ele no arriscou citar um porcentual de aumento, porque vai depender da intensidade de alta da cotao do gro. Mesmo com um novo reajuste, Herszkowicz informou que a ABIC mantm sua projeo de crescimento para volume vendido e receita para 2014.

"No esperamos queda no consumo, porque o preo do caf compatvel com o oramento domstico. O produto ficou muitos anos sem reajuste, enquanto a renda cresceu."

A receita da indstria do caf nacional deve ficar em torno de R$8,00 bilhes, mesmo patamar de 2013, enquanto o volume pode aumentar 3,0%, ando de 20,30 milhes de sacas para 21,00 milhes de sacas.

"A receita pode at crescer um pouco mais, dependendo do quanto o preo ser reajustado", completou.

Fonte: Estado contedo. 16 de setembro de 2014.