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Mais do mesmo 5it5j

por Instituto Liberal
04/12/2014 - 18:06

Pelo andar da carruagem, Joaquim "Mos de Tesoura" Levy pouco poder fazer contra a sanha gastadora do governo petista, principalmente em relao enxurrada de dinheiro barato que vem irrigando o caixa das grandes empresas - tambm chamado de "Bolsa Empresrio". 1g1l6v

Depois de queimar montanhas de dinheiro do contribuinte em aventuras megalomanacas, como as operadas pelo notrio Eike Batista, por exemplo, o governo Dilma parece que vai continuar apostando nesse desenvolvimentismo tacanho, via BNDES.

Deve ser publicada hoje uma medida provisria destinando mais trinta bilhes de reais do Tesouro para o caixa do BNDES. Para viabilizar mais esse mimo ao empresariado tupiniquim, a Unio est autorizada a captar recursos no mercado, atravs da emisso de ttulos pblicos. Trata-se, evidentemente, de um negcio de pai para filho, j que o governo captar os recursos pagando juros nominais equivalentes taxa SELIC - hoje em 11,25% - e emprestar aos apaniguados a uma taxa menor que 50% disso (TLJP = 5%). A diferena, como no poderia deixar de ser, ser bancada pelos pagadores de impostos futuramente.

Mas, malgrado seja o mais visvel, este est longe de ser o nico inconveniente dessa prtica daninha, verdadeiro bastio do chamado capitalismo de compadres. H alguns outros efeitos deletrios, talvez at piores, como tentaremos demonstrar a seguir.

Economia, dizem os especialistas, a cincia da escassez. Enquanto os recursos produtivos so limitados, os desejos e necessidades humanos por bens e servios so praticamente infinitos. Dessa verdade deriva que, se no podemos ter tudo o que queremos ou precisamos, somos forados, constantemente, a fazer escolhas - Trade-Offs.

Quando se utilizam recursos para produzir um bem "X" qualquer, esta ao desvia recursos da produo de outros bens. O custo de "X", portanto, equivale ao de outros bens que poderiam ter sido produzidos e consumidos, mas no o foram em virtude da escolha pela produo de "X". Assim, a utilizao de recursos para produzir alguma coisa reduz a disponibilidade de recursos para a produo de outras.

Numa economia de mercado, a demanda dos consumidores e os custos dos produtores desempenham papel preponderante, ditando onde os recursos escassos devem ser aplicados da forma mais eficiente, a fim de que produzam maior satisfao ao consumidor e maior lucratividade ao produtor/comerciante. Na essncia, a demanda por um determinado produto a voz do consumidor instruindo as empresas a produzir determinados tipos de bens e servios, em lugar de outros que, pelos motivos acima expostos, deixaro de ser produzidos.

Qualquer produtor/comerciante tem um fortssimo incentivo para oferecer ao mercado aqueles bens que podem ser vendidos por valores maiores que os respectivos custos de produo. Isso s ocorre quando h escassez desses bens, seja ela motivada por uma momentnea retrao da oferta, seja pelo aumento de demanda. dessa maneira que o mercado est sempre se reciclando, adaptando, planejando e gerando mais e mais riquezas. atravs da voz e das escolhas dos consumidores que o mercado se torna eficiente.

Apesar dessas verdades simples, muitos acreditam que a cobrana de impostos e o intervencionismo governamental podem ser positivos para a economia. Isto uma completa falcia, pois envolve o consumo forado de capital, no considera o uso alternativo dos recursos e, como diria Bastiat, os "efeitos invisveis" do desvio desses recursos. Alm disso, ignora totalmente os custos de oportunidade, que s podem ser determinados pelo mercado, desde que operando livremente.

Na verdade, a poltica de "estimular a atividade econmica", no a de uma grande falcia, cujo resultado frequentemente o inverso do planejado. O intervencionismo econmico tem como principal consequncia distorcer o rateio timo entre poupana, investimento e consumo. Em outras palavras, as tentativas do governo de fomentar o investimento de forma artificial distorcem a relao entre a demanda real e os investimentos, que am a ser guiados por fatores outros, essencialmente polticos, alm de interesses de grupos bem articulados (rent-seeking), e no mais pelos sinais do mercado - preos, juros e lucro.

Resumo da pera: numa economia livre, os preos ditam a produo e o consumo ao longo do tempo. Os consumidores sinalizam a intensidade de suas preferncias presentes e futuras atravs do incremento ou reduo de suas poupanas, com isso elevando ou reduzindo as taxas de juros. Se o consumidor se retrai e poupa mais no presente, est sinalizando que provavelmente ir consumir mais no futuro. O sistema ir funcionar razoavelmente, a menos que o governo intervenha, deturpando os sinais do mercado, iludindo produtores e distorcendo a alocao intertemporal dos recursos.

Se os governos realmente quiserem fazer alguma coisa para ajudar o processo de recuperao econmica, que cortem os prprios gastos e, principalmente, os impostos, deixando de distorcer os sinais de preos do mercado e encorajando os indivduos a decidir por si mesmos onde e como aplicar os prprios recursos, seja poupando, consumindo ou investindo diretamente.

Por Joo Luiz Mauad