A seca provocada por um menor ndice de chuvas no final de 2013 e ao longo do ano ado foi um dos grandes viles da inflao oficial em 2014. Segundo a coordenadora de ndices de Preos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, "a seca prejudicou tanto o abastecimento de energia quanto as lavouras". 3q5s4s
Com um clima mais seco, a produtividade das lavouras cai e, consequentemente, h uma reduo da oferta de alimentos no pas e no mundo. Em 2014, por exemplo, os alimentos tiveram um aumento de preos de 8,0%.
O custo da seca tambm acaba tendo influncia indireta em alguns produtos. As carnes, por exemplo, foram o item que mais influenciou a inflao, com uma alta de preos de 22,2%. Com menos chuva, o pasto prejudicado e isso aumenta o custo para alimentar o rebanho.
A seca tambm impactou o custo da energia eltrica. A falta de chuvas esvaziou os reservatrios das usinas hidreltricas. Com um menor potencial hidrulico, foi necessrio produzir eletricidade a partir de usinas termeltricas, que mais cara do que a energia produzida a partir da fora da gua.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, as alteraes climticas vm prejudicando a oferta de alimentos nos ltimos anos. Em dez anos, a alta acumulada dos alimentos de 99,7%, enquanto a inflao acumulada no perodo foi 69,3%. "A seca e s vezes a chuva em excesso tm prejudicado as lavouras no s no Brasil, como no mundo todo", disse.
H, no entanto, outros fatores que tm contribudo para a inflao, como a alta do dlar e o aumento da exportao de produtos como a prpria carne. O aumento da demanda gerado pelo crescimento do emprego e da renda tambm tem seu impacto nos preos.
Os alimentos fora de casa, por exemplo, ficaram 136,1% mais caros em dez anos. "As pessoas procuram mais a refeio fora de casa. H ainda o aumento do custo dos estabelecimentos, com aumento dos alimentos, do aluguel e dos salrios. Os custos fazem com que esses preos aumentem", disse.
Outros itens com alta de preos acima da mdia, nos ltimos dez anos, foram o aluguel residencial (100,5%) e o empregado domstico (181,9%).
Fonte: Agncia Brasil. 9 de janeiro de 2015.