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Autocensura 3b7024

por Instituto Liberal
14/01/2015 - 14:36

Um dos efeitos do ataque terrorista ao Charlie Hebdo em Paris foi a expressiva manifestao de apoio liberdade de expresso. Mesmo muitos daqueles que consideram o contedo do jornal para l de ofensivo e de mau gosto concordaram que a liberdade de expresso um direito fundamental que deve ser preservado, independentemente de quem ofendido. 69226x

Por outro lado, pelo menos num ponto, os terroristas venceram. Sua violncia desencadeou, mundo afora, uma verdadeira onda de autocensura. Nesse sentido, chama a ateno uma reao em especial. Em 2005, o jornal dinamarqus Jyllands-Posten publicou uma srie de charges sobre o profeta Maom, as quais foram seguidas por inmeros protestos e ameaas ao redor de todo o mundo muulmano. Desta vez, no entanto, o Jyllands-Posten um dos poucos jornais que no esto reproduzindo as charges do Cherlie Hebdo em solidariedade aos atentados do ltimo dia 07.

Eis a sincera explicao do jornal dinamarqus, em editorial recente:

"Poder a capacidade de influenciar as decises de pessoas e comunidades. Neste sentido, o Isl tem muito poder. A maioria dos europeus, 25 anos aps as ameaas a Salman Rushdie, interiorizou a fatwa contra ele. No, a razo por que ns no vamos reproduzir os famosos desenhos , claro, medo. Tudo mais desculpa. No entanto, o medo um legtimo sentimento, e no menos importante para os colaboradores deste jornal. Vivemos com o medo de um ataque terrorista durante nove anos e, sim, isso explica por que ns no reproduziremos as charges, sejam nossos prprios ou os do Charlie Hebdo. Preocupaes de segurana com os nossos funcionrios so primordiais. Estamos conscientes de que estamos nos curvando violncia e intimidao. Nesse contexto, estamos convictos tambm de que a Dinamarca e a imprensa no devem esperar menos violncia quando algum violar a imagem do Profeta da prxima vez, mas mais. Tudo isso mostra que a violncia funciona."

Realmente, uma pena. Mas ser que d para censur-los?

PorJoo Luiz Mauad