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Mercado de fertilizantes deve perder ritmo, avalia Abisolo 4o4w5y

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11/02/2015 - 08:16

O mercado de fertilizantes deve perder ritmo neste ano. A avaliao foi feira na tera-feira (10/2) pela Associao Brasileira das Indstrias de Tecnologia em Nutrio Vegetal (Abisolo). A entidade representa os fabricantes dos chamados fertilizantes especiais, como adubos foliares, orgnicos e organominerais. 6z6s70

Em seu prprio segmento, a Abisolo projeta um crescimento em torno de 6,0% a 8,0%, menor do que o estimado para 2014 (+9,37%), quando a receita foi de R$3,5 bilhes, segundo dado preliminar tambm divulgado na tera-feira. A perspectiva ainda bem inferior ao crescimento mdio do setor, calculado em 12,0% anuais. "Mesmo em um cenrio de preos mais baixos, o Brasil continuar a plantar, mas a tendncia de menor investimento", disse o diretor de Relaes Institucionais Thomas Altmann.

Entre os motivos, est a crise hdrica, que deve ter, em princpio, um efeito indireto, de acordo com a direo da entidade, medida que influencia a expectativa de produo e a deciso sobre o uso de tecnologia no campo. "A tendncia a produtividade cair e os investimentos em insumos tambm, mas, na indstria, o impacto da falta de gua e menor", afirmou o diretor Tcnico Gean Matias.

O que preocupa mais, segundo ele, o aumento da energia, que pressiona diretamente os custos. "Principalmente nos fertilizantes slidos, o impacto maior o da energia. O custo de produo maior e reado para o cliente no produto final", acrescentou Matias. Segundo ele, o adubo especial j custa de 30,0% a 40,0% a mais que os tradicionais, geralmente base do composto NPK.

No entanto, a mesma deficincia energtica que pressiona de um lado, pode ser benfica de outro, pondera Thomas Altmann. De acordo com o diretor da Abisolo, o problema traz um sinal positivo para a de cana-de-acar, por causa da eletricidade a partir da biomassa. "Para ocupar esse espao tem que produzir mais e usar mais fertilizante."

"Economia nebulosa"

A atual situao da economia tambm no fica de fora da lista de preocupaes dos diretores da Abisolo. "O cenrio econmico ainda nebuloso, o poltico tambm", disse o presidente da entidade, Clorialdo Roberto Levrero. "O preo das commodities interfere na rentabilidade do setor e tambm estamos sujeitos ao dlar", lembrou.

Na avaliao dele, a necessidade de ajuste das contas pblicas no Brasil deve minar uma das principais reivindicaes do setor: desoneraes, entre elas a iseno de PIS/Cofins para micronuutrientes, como ferro, boro e cloro. "Se j estava difcil antes, este ano ficou mais difcil ainda", reconheceu Levrero.

Por outro lado, outros assuntos devem ganhar fora na agenda da Abisolo para este ano. Uma delas a unificao das metodologias de controle de qualidade dos fertilizantes. Levrero argumentou que "os procedimentos atuais no conseguem mensurar o potencial e a qualidade dos produtos porque no h uma metodologia adequada".

A indstria reivindica tambm a regulamentao dos biofertilizantes, no contemplados pela legislao brasileira. Cobra ainda a publicao de normas relacionadas Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), especialmente em seu uso na agricultura.

Fonte: Globo Rural. Por Raphael Salomo. 10 de fevereiro de 2014.