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Cai ndice de confiana do agronegcio 1ly3v

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30/04/2015 - 08:34

O ndice de Confiana do Agronegcio (IC Agro) - medido pela Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp) e pela Organizao das Cooperativas Brasileiras (OCB) - encerrou o primeiro trimestre de 2015 em 85,5 pontos, queda de 8 pontos sobre os 93,5 pontos do ltimo trimestre de 2014 e de 17,2 pontos sobre os 102,7 pontos do primeiro trimestre de 2014. 6m2dn

Alm de ficar abaixo do limite de 100 pontos que separa otimismo e o pessimismo do setor, o indicador dos primeiros trs meses deste ano ainda o pior da srie histrica da pesquisa, iniciada no ltimo trimestre de 2013. A sondagem, divulgada na quarta-feira (29/4) pela Fiesp e pela OCB durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrcola em Ao (Agrishow), em Ribeiro Preto (SP), tambm apurou o menor nvel da srie histrica na confiana de todos os elos da cadeia: a indstria antes da porteira (insumos agropecurios), depois da porteira (alimentos) e os produtores rurais.

A confiana da indstria de insumos agropecurios caiu 15 pontos no primeiro trimestre de 2015, para 73,6 pontos, em relao ao ltimo levantamento, quando o indicador registrou 88,6 pontos. A queda atribuda ao fraco desempenho das vendas de defensivos agrcolas e fertilizantes, ligadas alta do dlar, e ainda das mquinas no incio do ano, por conta dos problemas de crdito. O IC Agro mostrou, ainda, que a confiana da indstria de alimentos recuou 3,5 pontos, para 88,1 pontos, em meio ao arrefecimento da economia. A desvalorizao cambial, neste caso, impediu uma queda maior do ndice, em razo do perfil exportador das companhias que compem a amostra.

Entre os produtores agrcolas, a confiana piorou 10,3 pontos, para 86,8 pontos, na comparao com o trimestre anterior, com 97,2 pontos. O resultado foi influenciado, principalmente, pelas preocupaes com a situao econmica do pas, segundo as entidades. Das variveis apuradas para o ndice de confiana dos produtores rurais, apenas a expectativa com a produtividade e com o setor se mantiveram em 100 pontos, ou seja, dentro da neutralidade entre o otimismo e o pessimismo.

A confiana dos produtores com a oferta de crdito ficou em 95,3 pontos no trimestre, tambm pior resultado da srie, forte baixa ante os 112 pontos no quarto trimestre de 2014. A queda da confiana quanto ao crdito foi motivada principalmente pela dificuldade enfrentada pelos produtores em obter o recurso de pr-custeio para a aquisio antecipada de insumos.

Apesar da recuperao dos preos do leite e da manuteno em nveis elevados da arroba do boi gordo, a confiana dos pecuaristas caiu 7,8 pontos na comparao trimestral, de 98,3 pontos no quarto trimestre de 2014 para 90,4 pontos no primeiro trimestre de 2015. Na pecuria de corte, a piora da relao de troca na reposio do bezerro explica em grande parte o resultado.

O levantamento apontou que, no primeiro trimestre de 2015, 48% dos entrevistados citaram as condies climticas e o aumento dos custos de produo como itens de maior preocupao, em linha com o resultado anterior. A alta incidncia de pragas e doenas, a falta de trabalhador qualificado e o preo de venda do produto so os prximos itens que mais preocupam os produtores.

O IC Agro tambm mostra as intenes de investimento do agronegcio brasileiro e, na sondagem atual, 68% dos produtores agrcolas e 73% dos pecuaristas informaram que pretendem investir mais em tecnologia. Ainda segundo a sondagem, apenas 13,0% dos produtores agrcolas demonstraram disposio de investir na aquisio e modernizao de mquinas e equipamentos, enquanto 21% devem investir mais no aperfeioamento da gesto de pessoas.

Segundo a Fiesp e a OCB, a queda do IC Agro ocorreu por conta do conturbado cenrio poltico e econmico do pas. "Um dos poucos setores a apresentar desempenho positivo nos ltimos anos, apesar dos reflexos negativos gerados pela crise econmica, o agronegcio agora demonstra maior preocupao em meio a um cenrio poltico e econmico conturbado no pas", informaram em nota as entidades.

Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o produtor comea a olhar o efeito do cmbio nas aquisies de insumos agropecurios e uma possvel piora na relao de troca, j que os preos das commodities, especialmente os gros, recuaram. "Outro aspecto importante a constatao de que, apesar da vocao exportadora, o setor no est alheio crise econmica enfrentada pelo Brasil, uma vez que o nosso mercado domstico o mais importante vetor de crescimento para uma srie de produtos do agronegcio", informou Skaf.

J para o presidente da OCB, Mrcio Lopes, "mais preocupante ainda que, juntamente com o aumento dos custos de produo, o ndice de expectativas est menor que as condies atuais, o que deve fazer com que os produtores deem os cada vez mais cautelosos e com a necessidade de planejamento de custos", afirma.

Fonte: Estado Contedo. 29 de abril De 2015.