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Com uma conselheira dessa, quem precisa de inimigos? 2a295j

por Instituto Liberal
15/06/2015 - 15:13

Abro o jornal, logo pela manh, e leio que a presidente Dilma, em Bruxelas, atribuiu a alta da inflao a problemas conjunturais, e no estruturais, mais especificamente " seca, que eleva o preo dos alimentos", e desvalorizao do real frente ao dlar. No satisfeita em jogar suas culpas nos "ombros alheios", Dilma recomendou que a populao no pare de consumir por causa da inflao e da recesso. 1y5d6h

A explicao presidencial para a alta da inflao chega a ser pattica. Ao contrrio do que diz a governanta, e como bem resumiu o Constantino emartigo recente, "A inflao o resultado de uma poltica monetria frouxa, somada a uma poltica fiscal expansionista. Trocando em midos: taxa de juros abaixo do que deveria, crdito abundante e gastos pblicos crescentes. Inflao umapoltica de governo, uma deciso, uma escolha. O PT escolheu essa alta inflao."

Como ensinou Milton Friedman, a inflao " um fenmeno exclusivamente monetrio", causada pelo aumento da quantidade de moeda e/ou crdito sem o respectivo lastro. A inflao, portanto, agora nas palavras de Ludwig Von Mises, "no um ato de Deus, uma catstrofe da natureza ou uma doena que se alastra como a peste. A inflao uma poltica deliberada", adotada por governos irresponsveis que, para nosso azar, so tambm os maiores beneficirios dela.

Mas o pior mesmo foi a recomendao, perfeitamente afinada com os alfarrbios keynesianos, para que a populao de Pindorama deixe de lado a poupana e continue a consumir. Trata-se do conselho mais disparatado que algum poderia dar aos brasileiros no atual momento.

De acordo com a teoria keynesiana, da qual a presidenta e seus asseclas so entusiastas, as recesses so resultado da retrao "exagerada" do consumo. Portanto, se a sociedade est poupando mais do que seria desejvel - do ponto de vista das mentes iluminadas, evidentemente -, o consumo e as vendas caem, os lucros mnguam e produzem desemprego.

A base da teoria, portanto, que os indivduos, ao poupar seus recursos "em excesso", contribuem para prejudicar os nveis de renda agregada da economia. Chamam a isso de "Paradoxo da Parcimnia". Segundo essa estranha lgica, algo que benfico para os indivduos, as famlias e as empresas de modo geral, ou seja, a parcimnia e a prudncia nos gastos e, consequentemente, o aumento dos nveis de poupana, ruim para a sociedade como um todo.

O raciocnio coloca em posies antagnicas a poupana e o consumo. certo que, se algum resolve poupar, est automaticamente abrindo mo de utilizar o dinheiro para consumo imediato. Ocorre que s fazemos tal opo visando ao consumo futuro. Ningum poupa por sadismo. Da porque quem poupa espera ser remunerado pelo sacrifcio, o que feito atravs da cobrana de juros (ningum mais guarda dinheiro embaixo do colcho). Em outras palavras, o poupador est fazendo um investimento. Na verdade, a poupana no outra coisa que no uma forma diferente de gastar os recursos, no sentido de que no ser o seu dono quem os gastar diretamente, mas uma outra pessoa (chamada de tomador), que provavelmente utilizar o dinheiro em bens de consumo ou de produo.

Como nos lembraSheldon Richman, a poupana pode ser induzida tambm por fora de incertezas quanto ao futuro, caso em que os indivduos reduzem seus gastos em bens de consumo suprfluos - produtos cuja demanda mais elstica - no presente, com medo de que os recursos possam faltar-lhes at mesmo para o consumo do essencial no futuro. Isto geralmente ocorre em pocas de crise recessiva, quando os nveis de desemprego crescem e, junto com eles, o temor quase generalizado de que o nosso emprego possa ser o prximo.

Portanto, ao contrrio da presidente, se eu tivesse de dar um conselho aos brasileiros, eu sugeriria que poupem seus recursos e os apliquem em ativos reais, afinal, "prudncia e caldo de galinha nunca fizeram mal a ningum"...

Por Joo Luiz Mauad