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Obras podem modificar rotas de escoamento de gros 19l3p

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17/06/2015 - 16:30

A segunda etapa do Programa de Investimento em Logstica (PIL) 2015-2018, lanado semana ada pelo governo federal, pode representar um grande salto para a agropecuria brasileira, acreditam entidades e especialistas do setor. Mesmo que a totalidade dos R$198 bilhes previstos no saiam do papel, algumas obras pontuais podem modificar parte do mapa logstico do agronegcio, j que a maioria das concesses est concentrada na regio da nova fronteira agrcola. 736k70

Do montante total, R$86 bilhes vo para ferrovias e R$66 bilhes para rodovias que sero construdas e/ou restauradas, abrindo novas rotas para o escoamento das safras de soja e milho nas regies Norte e Centro-Oeste. Isso permitir desafogar o fluxo nos portos das regies Sul e Sudeste, dando mais agilidade ao transporte da produo local.

"O programa poder ampliar a competitividade do setor produtivo brasileiro, reduzir os custos logsticos e diversificar os modais de transporte para o escoamento da produo", aponta Jos Mrio Schreiner, vice-presidente diretor da Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil (CNA). "A cada cinco anos, ns gastamos uma safra para escoar nossa produo. Mas claro que existe um tempo entre o anncio e a efetivao das obras e essa efetivao deve comear o quanto antes", complementa.

A rea de ferrovias, que receber o maior investimento, ter seus recursos centralizados na regio Norte e Centro-Oeste. Uma das obras mais aguardadas a construo da ferrovia ligando Lucas do Rio Verde (MT) at Miritituba (PA). Com 1.140 quilmetros de extenso, o projeto tem investimento previsto de quase R$10 bilhes e servir para escoar a produo agrcola do Mato Grosso pela hidrovia do Rio Tapajs. A novidade beneficiaria indiretamente os portos de Santos e Paranagu, que no sero mais sobrecarregados com a safra vinda da safra do Centro-Oeste.

" preciso fazer esse investimento macio por se tratarem de duas regies carentes", afirma Nilson Camargo, tcnico especialista em logstica da assessoria tcnica da Federao da Agricultura do Estado do Paran (FAEP).

O programa ainda prev, na rea de portos, a construo de 63 novos terminais de uso privado, 50 novos arrendamentos e 24 renovaes. "A produo de Mato Grosso poder ser escoada pelos portos do Arco-Norte e assim desafogar os portos do Sul e Sudeste", afirma Wilen Manteli, presidente da Associao Brasileira de Terminais Porturios (ABTP).

Precauo

A primeira etapa do PIL, ocorrida em 2012 e que previa investimentos na grandeza de R$200 bilhes, praticamente no vingou. Nenhuma das concesses previstas para portos e ferrovias chegou a sair do papel, e o plano para as rodovias sofreu vrios cortes.

"A nossa viso que este programa, diferentemente do primeiro, pode funcionar por mudarem o sistema de concesso - agora para outorga onerosa. O anterior [no qual vencia quem se comprometia a pagar a menor tarifa] era uma piada", afirma Camargo, da FAEP.

O presidente da ABTP acredita que o novo sistema far uma seleo automtica dos envolvidos no processo, o que permite resultados reais. "Creio que tudo v andar bem agora e gerar desenvolvimento. Com o novo critrio de escolha do vencedor das concesses, empresas srias sero atradas e no especuladores que no cumprem as promessas."

Fonte: Gazeta do povo. 17 de junho de 2015.