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A vingana dos improdutivos 6o6a5z

por Instituto Liberal
13/10/2015 - 14:53

Quando eu era moleque - e agora vou entregar minha idade - um filme fez muito sucesso, chamado "A vingana dos nerds". Era meio besteirol, mas retratava a reao tardia daqueles que sofriam bullying na juventude por serem mais esquisitos, com elevado QI, mas baixo porte atltico. Eles colocaram a inteligncia a cargo da coragem e conseguiram dar uma lio dos brutamontes descerebrados. 403k13

De fato, alguns anos depois, vimos a verdadeira "vingana dos nerds" no Vale do Silcio, com o setor mais dinmico da tecnologia produzindo bilionrios e milionrios aos montes. O fundador do Facebook um caso clssico, como Bill Gates, da Microsoft. Os nerds realmente provaram seu valor, produzindo bens e servios amplamente demandados pelos consumidores.

Mas h uma categoria que ficou para trs e, com profundo rancor, tambm tenta se vingar dos melhores, dos que se destacam pelo prprio mrito. Ao contrrio dos nerds, porm, no fazem isso criando nada de valor, e sim ocupando cargos no poder para infernizar a vida dos seres produtivos. Estamos diante de uma "vingana dos improdutivos", encastelados na burocracia que s cria dificuldades legais para vender facilidades ilegais depois ou para punir mesmo os criadores de riqueza.

Esse foi o tema dacolunade Luiz Felipe Pond na Folha, citando inclusive Ayn Rand, a filsofa russa ignorada na Academia por ser radical demais na defesa do liberalismo, doutrina inaceitvel nos meios universitrios. Esses improdutivos tomam a imensa mquina estatal e dela abusam para dificultar ao mximo possvel a vida daqueles que querem produzir. Diz Pond:

No Brasil, abrir uma pequena empresa um inferno de impostos e siglas, que, por sua vez, se constituem num mercado tecnocrtico em si, fazendo do infeliz empreendedor um desgraado a merc da ltima inveno de algum burocrata de Braslia.E todos os neolticos que apostam na mquina do Estado para fazer "justia social" batem palmas para essa metafsica do Sudo.

Este tipo de cultura atrasada faz com que aqueles que nada produzem mandem no processo, obrigando voc a produzir nada (servindo as exigncias burocrticas deles) ou a produzir irrelevncias que, por si s, servem aos esquemas burocrticos.

Num universo como este (um novo crculo do inferno de Dante), o dinheiro se torna refm de quem nada produz, mas detm os mecanismos de tortura sobre suas vtimas, os produtivos, que os carregam nas costas. Servir a essa mquina se torna a garantia de permanecer existindo dentro dessa cadeia, supostamente produtiva, mas onerada pela metafsica do Sudo que a alimenta.

A corrupo sintoma claro desse poder todo concentrado nas mos dos burocratas. Quando o estado estende seus tentculos a cada canto da economia, claro que todos se tornam seus refns, e os burocratas, com suas canetadas poderosas, podendo aplicar seletivamente leis absurdas e arbitrrias, conseguem explorar isso como parasitas que vivem acoplados aos hospedeiros.

"Quando produtivos dependem de improdutivos para produzir, estamos numa fria", resume Pond com base em Ayn Rand. Todo esse aparato burocrtico criado no pas serve aos que vivem de "produzir" amarras aos produtivos, dificultando a vida de todos, limitando o avano econmico, atrasando o progresso. Por trs disso est o oportunismo dos parasitas, claro, mas tambm seu rancor, seu recalque com aqueles que, de fato, so melhores, mais eficientes, mais ousados.

Pond tambm compreende o fenmeno do ponto de vista psicolgico, ao concluir: "Imagino um desses improdutivos, com os olhinhos brilhando, acordando de manh e se perguntando: como posso tornar a vida dos produtivos mais miservel hoje?" Se a "vingana dos nerds" serviu para a produo de vrias coisas teis e desejadas, a "vingana dos improdutivos" no serve para absolutamente nada que preste. s recalque mesmo, puxando todos para baixo como uma reao vingativa de quem no consegue se erguer por conta prpria.

Rodrigo Constantino