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O escoamento da produo brasileira de gros ainda uma das principais preocupaes dos elos da cadeia produtiva do agronegcio. Diante dos gargalos logsticos e da ampliao da produo nacional nas ltimas temporadas, existe a necessidade urgente de ampliar a oferta de modais de transporte. Essa foi a principal concluso do "Logstica: novas rotas na geopoltica da integrao regional", que fez parte da programao do 3o. Frum de Agricultura da Amrica do Sul, que foi at a sexta-feira (13/11), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Atualmente, mais de 80% da safra brasileira de gros percorrem o trajeto das fazendas at os portos em caminhes. Esse modal, alm de consumir parte do lucro dos produtores, enfrenta problemas de entradas com asfaltos em m condio de conservao e congestionamento nas proximidades dos principais portos.
Para o diretor comercial da South American River Company (Sarcom), Javier Gimenez, o Brasil precisa urgentemente viabilizar o escoamento por hidrovia. "A eficincia fluvial muito melhor que a terrestre. Uma barcaa carrega o mesmo que 80 caminhes", destaca o empresrio paraguaio. "Tomara que a hidrovia seja uma alternativa de exportao para o Brasil em breve", complementa.
Ele ainda ressalta que o uso de hidrovias modificou a forma de o pas vizinho exportar. "Quando Paranagu proibiu exportar soja transgnica (em 2003), o Paraguai precisou mudar a sua forma de enviar os gros para fora. O desenvolvimento de 50 anos das hidrovias aconteceu em 10 anos", conta Gimenez.
O superintendente da istrao dos Postos de Paranagu e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, faz coro ao colega. "Se a logstica no for redesenhada tem que convencer o produtor a parar de produzir."
O executivo ainda destaca que cada salto de 5 milhes de gros na safra brasileira, um novo terminal precisaria ser inaugurado em algum porto para viabilizar o escoamento.
Realidade
Enquanto o escoamento via hidrovias no se transforma em realidade no Brasil, existe a necessidade de melhorar a malha rodoviria do pas. "Precisamos duplicar 50 mil quilmetros de rodovias. Mas, as concesses tero que dar conta disso, pois o governo federal no tem condio de assumir isso", diz Paulo Resende, coordenador do Ncleo de Logstica, Supply Chain e Infraestrutura da Fundao Dom Cabral.
Fonte: Agrolink. 13 de novembro de 2015.