O Brasil defende a liberao de unidades exportadoras de lcteos para a China. Foi o que afirmou a ministra da Agricultura, Ktia Abreu, que participou nesta semana de reunies com autoridades e empresrios chineses. A ministra confirmou pela sua conta no Twitter sua inteno de enviar uma lista de empresas a serem liberadas, embora no informasse prazo para que as informaes fossem adas. 1c4f5p
A notcia anima a Viva Lcteos, associao que representa as principais indstrias do setor, que representa 70% da produo e 95% da exportao. O diretor executivo da entidade, Marcelo Martins, acredita que a lista das primeiras habilitaes deve ser enviada pelo governo brasileiro no incio do ano que vem. Pondera, entretanto, que a documentao com os requisitos sanitrios adotados pelos chineses chegou recentemente e as empresas ainda esto em fase de adaptao.
O executivo evita projetar um nmero de unidades industriais que poderiam ser liberadas. Pelo menos por enquanto, ite a expectativa de que sejam pelo menos as 26 que exportam para o mercado russo. “No teria porque isso no ocorrer. H todo um trabalho sendo feito pelas empresas para atender demanda”, ressalta Martins a respeito da resposta a ser dada pelo setor privado aos governos do Brasil e da China.
Ele explica que o processo de liberao no depende de inspeo sanitria in loco das autoridades chinesas. medida que as empresas exportadoras informarem sobre a adequao s normas, o Ministrio da Agricultura do Brasil far as chamadas visitas de habilitao e, em seguida, enviar a lista para o governo chins. O executivo acredita que, confirmadas as expectativas, os embarques de lcteos para a China devem comear ainda no primeiro semestre do ano que vem.
“O Brasil exportou pequenas quantidades para a China at 2008. De l para c, mais nada. Como ficou todo esse tempo sem exportar, foi necessrio reconstruir o processo de inspeo e habilitao. A China um mercado potencialmente interessante ao menos para os prximos dez anos e dentro de uma estratgia de diversificao de fornecedores, enxerga o Brasil”, conta Martins.
De acordo com a Viva Lcetos, baseada em dados de organismos internacionais, de 2004 para 2014, as importaes de lcteos da China aram de 160,4 mil para 1,089 milho de toneladas. um mercado que consome o equivalente a US$ 5 bilhes anuais. O pas asitico respondeu no ano ado por 21,0% das compras globais de leite em p (945 mil toneladas somando integral e desnatado), 9,0% das de manteiga (80 mil toneladas) e 3,0% das de queijos (64 mil toneladas). At 2024, a demanda por esses produtos deve crescer 53,1%, 93,0% e 126,0%, respectivamente.
A maior migrao populacional do campo para a cidade e o fim da poltica de um filho por casal, anunciada recentemente pelo governo chins, so fatores que trazem a expectativa de maior demanda. O consumo mdio per capita estimado em 40 litros de lcteos por habitante ao ano, bem abaixo do recomendado pela Organizao Mundial de Sade, em torno de 200 litros. “O consumidor chins no confia muito nos lcteos do pas, o que favorece a importao”, acrescenta Marcelo Martins, lembrando dos casos de leite contaminado ocorridos entre 2008 e 2010 e que tiveram repercusso internacional.
Do lado brasileiro, de 2008 a 2014, o faturamento mdio com as exportaes de lcteos foi de US$223,57 milhes, de acordo com dados da Viva Lcteos. Os principais destinos so Venezuela, Arbia Saudita, Angola, Emirados rabes e Trinidad e Tobago.
Mais carnes
O otimismo em relao presena de lcteos brasileiros no mercado chins, inclusive do prprio governo, foi reforado depois da habilitao de sete novos frigorficos para vender carnes ao pas asitico, anunciada nesta tera-feira (17/11). So trs de carne bovina, dois de suna e outros dois de frango. A expectativa do Ministrio da Agricultura de que cada unidade venda entre US$18,00 milhes e US$20,00 milhes anuais.
De acordo como Ministrio, uma planta esperava habilitao desde 2012 e as outras foram inspecionadas em junho ado. Em contrapartida, o Brasil vai liberar o mercado brasileiro para 18 estabelecimentos chineses que exportam pescados e outros dois que exportam tripas.
“Sabemos que geralmente as relaes comerciais so de frieza e pragmatismo, mas acredito em laos de amizade e confiana para termos um relacionamento duradouro”, disse Ktia Abreu, de acordo com nota divulgada pelo Ministrio.
Fonte: Globo Rural. 19 de novembro de 2015.