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O fim da “bolsa empresrio” e o modelo petista de fazer poltica 1g5v2f

por Instituto Liberal
07/01/2016 - 14:00

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O governo encerrou o Programa de Sustentao dos Investimentos (PSI), uma linha de crdito concedida por meio do BNDES para diversos empresrios com juros subsidiados, a ttulo de investimento para aumento da produtividade nacional, na expectativa de que houvesse, com isso, crescimento do emprego, da renda e da tributao.

A conta final ainda no foi fechada, em virtude dos clculos a serem feitos acerca dos investimentos realizados em 2015, mas estima-se em mais de R$400 bilhes a quantia canalizada pelo governo para esse fim, com um prejuzo total de mais de R$250 bilhes. Por causa desse caos, o PSI ficou conhecido como "bolsa empresrio", em jocosa aluso ao programa Bolsa Famlia, destinado a assistir famlias de baixa renda.

O mtodo poltico de manuteno do poder atravs do favorecimento pessoal de grupos de interesse organizados com dinheiro (grandes empresrios) e votos (camadas pobres da sociedade) no uma novidade, tendo sido aperfeioado por Mussolini na Itlia e experimentado pela primeira vez no Brasil com Getlio Vargas, conhecido como "pai dos pobres", mas tambm "me dos ricos", j que, enquanto criava direitos trabalhistas e sindicatos, abria linhas de crdito e incentivava o protecionismo para aqueles que sustentavam economicamente seu regime.

Talvez a grande novidade desse velho mtodo poltico seja a magnitude do modo como foi executado. Est se apresentando aqui um esquema que gerou um prejuzo que supera os PIBs anuais de mais da metade dos pases do mundo, individualmente considerados, e que ser liquidado e incorporado como prejuzo na conta de cada brasileiro, tenha ele se beneficiado desse sistema ou no. Todos pagaro a conta final de um sistema de financiamento que, j no seu processo inicial, gerava prejuzo para toda a nao.

A ideia era relativamente simples: o governo obrigava o BNDES a emprestar dinheiro para empresrios a juros que variavam de 6,5% a 11% ao ano, enquanto, para custear esse programa, captava recursos no mercado financeiro atravs de ttulos da dvida pblica que raramente eram vendidos abaixo da taxa de 12% ao ano. Como a captao do dinheiro era mais cara que o seu emprstimo, a conta desse prejuzo ficava, como sempre, para o pobre pagador de impostos.

No por coincidncia, apenas 1% dos empresrios beneficiados - todos grandes conglomerados que teriam totais condies de serem financiados por credores privados - recebeu o equivalente a 56% dos emprstimos baratos concedidos. Certamente tambm no coincidncia que grande parte desses empresrios investiu grandes quantias de recursos em campanhas de candidatos ligados ao governo federal nos ltimos anos.

O Brasil precisa, urgentemente, rever sua viso do que de fato o capitalismo, superando essa mentalidade corporocrata em que governo e grandes empresrios concentram renda em troca de produtos e servios caros e de baixa qualidade, substituindo-a por uma viso de uma economia pujante, com competio, baixa tributao e burocracia enxuta. essa a real frmula para o desenvolvimento nacional com gerao de emprego e renda desconcentrada, e seus resultados esto unanimemente aprovados pelos pases que se encontram na vanguarda econmica mundial.

PorBernardo Santoro