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Novos mercados: agronegcio brasileiro vai responder por 10% do comrcio mundial 2e2zj

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02/02/2016 - 06:00

A participao do agronegcio brasileiro no comrcio mundial saltar de 7,0% para 10,0% at 2018. A meta foi anunciada na sexta-feira (29/1) pela ministra Ktia Abreu (Agricultura, Pecuria e Abastecimento) durante entrevista coletiva imprensa. O crescimento das exportaes do setor, afirmou, ser baseado em garantias sanitrias, produtividade e conquista de novos mercados. 4u241v

Para responder por 10,0% de todo o comrcio agrcola no mundo – que em 2014 alcanou US$1,17 bilho –, o Brasil continuar investindo em negociaes comerciais e sanitrias com os vinte e dois principais mercados internacionais que, juntos, representam 75,0% da atividade comercial mundial.

Fazem parte desse grupo parceiros tradicionais do Brasil e que compem o chamado “Big 5”, os cinco maiores importadores de alimentos no mundo: Estados Unidos, Unio Europeia, China, Rssia e Japo. “Somente essas naes so responsveis por metade de todas as compras mundiais de produtos agropecurios”, disse a ministra, que ressaltou que o pas precisar negociar um “mix” de acordos, tanto sanitrios quanto tarifrios.

“Estamos com uma agenda bastante arrojada e agressiva para negociar barreiras sanitrias com nossos parceiros, mas isso no exclui a possibilidade de esses mesmos pases tambm firmarem acordos tarifrios”, assinalou a ministra. “Nossa perspectiva bastante real e conservadora para atingir a meta dos 10,0%.”

Tambm fazem parte do hall de prioridades mercados ainda pouco ados, mas que apresentam alto potencial de importao. Um exemplo a Indonsia, que pode aumentar as compras de produtos brasileiros em 15,0% at 2018, principalmente de acar e soja. Destacam-se ainda a Arbia Saudita (com potencial de crescimento de 12,4%), a Tailndia (11,5%), o Egito (13,6%) e os Emirados rabes Unidos (10,6%).

Barreiras tarifrias

A ministra apresentou dados da Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) que mostram que o comrcio mundial feito cada vez mais por meio de acordos comercias, o que indica a necessidade de o Brasil priorizar esse tipo de negociao. Em 1998, 20,0% do comrcio agrcola estava inserido em acordos de tarifas ou de cotas. Em 2009, esse percentual saltou para 40,0%.

Em comparao com os 22 mercados prioritrios mundiais, a mdia das tarifas brasileiras aplicadas a produtos agropecurios baixa, de 10,0%. O pico est em 55,0%, provocado por apenas dois produtos, coco e pssego em calda. Dados da Organizao Mundial do Comrcio (OMC) mostram ainda que o Brasil exporta mais para pases com mdia tarifria menor, com exceo dos Estados Unidos.

Acordos sanitrios e fitossanitrios

Os acordos sanitrios e fitossanitrios que sero conduzidos pelo MAPA em 2016 tm potencial para aumentar em US$ 2,5 bilhes ao ano as exportaes do agronegcio brasileiro.

O MAPA negocia com parceiros acordos que visam a harmonizar regras e facilitar procedimentos sanitrios e fitossanitrios, sem envolver tarifas ou cotas comerciais. As negociaes concludas em 2015 representaram potencial anual de US$1,90 bilho em exportaes e, para 2016, a expectativa ainda maior: US$2,50 bilhes.

A pasta projeta para 2016 a concluso das negociaes para exportao de carne suna para a Coreia do Sul, que se alonga h quase sete anos. Vai focar ainda no comrcio de frutas para diversos pases, como Japo, China e ndia e ainda abrir os mercados do Canad e do Mxico para a carne bovina in natura brasileira.

A ministra destacou a iniciativa da Junta Interamericana de Agricultura de fazer um acordo para harmonizao de procedimentos de avaliao de risco sanitrio e fitossanitrio entre os 34 pases americanos. “Essa proposta, que muito ambiciosa, vai favorecer o posicionamento conjunto da regio em fruns internacionais e aumentar o fluxo comercial entre as naes.”

Ktia Abreu tambm falou sobre o acordo de preferncias tarifrias que atualmente o Brasil negocia com o Mxico. A lista de ofertas entre os dois pases poder ser ampliada para mais de 5 mil produtos, sendo 673 agrcolas. Destacou tambm o acordo Mercosul-ndia, que est em negociao.

Mercados considerados pequenos tambm esto no radar do agronegcio brasileiro, destacou a ministra. “Nenhum pas deve ser descartado porque tem pouco consumo. O somatrio de cada mercado acaba fazendo a diferena na nossa balana comercial.”

Fonte: MAPA. 1 de fevereiro de 2016.