44132d
O transporte da soja de Mato Grosso at o Porto de Santos – SP, por ferrovias est crescendo nos ltimos anos. Com o trem e os caminhes, o escoamento no enfrenta problemas, mesmo em ano de safra recorde.
Nos campos de Mato Grosso j no tem mais soja. A colheita acabou e o movimento agora nas estradas e nos trilhos. o transporte de uma safra volumosa que tem o mercado externo entre os principais destinos.
Neste ano Mato Grosso est batendo recorde de exportaes de soja. Entre janeiro a maro foram mais de 4,00 milhes de toneladas, um desempenho histrico.
Mais de 50,0% da produo foi levada para o Porto de Santos, em So Paulo. Quase metade dessa soja foi transportada por caminhes. A Coabra (Cooperativa Agroindustrial do Centro-Oeste do Brasil), com sede em Cuiab, tem mais de 200 associados e deve comercializar 200,00 mil toneladas de soja neste ano. Tudo vai para o porto de caminho e no por ferrovias.
“A dificuldade maior de produtores que vm com a ferrovia que voc tem dois tombos com mercadoria, tem que carregar com o caminho e tem que levar at a ferrovia para traslado por trem e ento levar para o porto. Isso encarece um pouco”, explica Helvio Fiedler, diretor-executivo da Coabra.
Mas o trem vem ganhando espao e j responde pelo transporte da maior parte da soja que vai do estado para o porto de Santos – SP. Inaugurado h pouco menos de trs anos, o Terminal Ferrovirio de Rondonpolis fica movimentado nesta poca.
Mais de mil caminhes carregados am diariamente por l e trazem uma produo que levanta poeira nos tombadores e que, em seguida, vai parar dentro dos vages.
O embarque feito em duas linhas simultaneamente, que trabalham em ritmo acelerado. Juntas elas do conta de encher, em mdia, 33 vages por hora, cada um deles com 85,00 toneladas de soja.
O abre e fecha das bicas se repete 24 horas por dia, sete dias por semana, e o tamanho da fila para embarque explica o motivo do trabalho constante.
“Saem por dia deste terminal sete composies com 80 vages. Ento ns estamos falando em um volume aproximado de quase um navio por dia que sai de gros aqui dos nossos terminais de Mato Grosso e vo para Santos”, conta Fabrcio Degani, diretor de portos e terminais da Rumo/All.
O terminal pertence a uma empresa privada que, desde 2006, tem a concesso para explorar a malha ferroviria no estado, de 351 km ao todo. Alm de Rondonpolis, possui estaes em Itiquira e Alto Araguaia.
No ano ado o grupo se uniu com outra empresa. Novas locomotivas e vages foram comprados, trilhos renovados e o desempenho melhorou.
Em 2014, 12,00 milhes de toneladas de soja, farelo de soja e milho foram transportadas. Em 2015, quase 15,00 milhes. Para este ano, a previso de novo aumento.
“Se pegar este primeiro trimestre deste ano ns j fizemos pouco mais de 3,00 milhes e meio de toneladas. Comparado com o primeiro trimestre do ano ado a gente tem 1,00 milho, 1,20 milho de toneladas a mais”, diz Fabrcio Degani, diretor de portos e terminais da Rumo/All.
A concessionria no revela o valor do frete, mas diz que mais barato que o rodovirio, hoje R$240,00 por tonelada entre Rondonpolis e Santos.
Na cartela de clientes, as grandes empresas do setor, que fecham contratos de longo prazo. Uma multinacional, por exemplo, manda o farelo de soja que sai da fbrica de Primavera do Leste e parte da soja em gro recebida nas outras 26 unidades espalhadas pelo estado.
Em torno de 90,0% do volume que segue para exportao pelo porto de Santos chega at l pela ferrovia. O gerente tambm no fala em valores, mas aponta as vantagens do transporte por trem.
“Sem dvida ele faz diferena porque commodity voc tem que ganhar performance. Quando voc tem plena capacidade de performance ele se traduz automaticamente no bolso”, afirma Elvio Moro, gerente regional da Cargill.
As empresas no divulgam os valores gastos com os transportes dos gros por uma questo de estratgia comercial.
Fonte: Globo Rural. 18 de abril de 2016.