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Produo industrial avana +0,1% na comparao mensal. Apesar dos resultados recentes, a retomada ainda incerta 5zy3k

por Parallaxis
06/09/2016 - 14:00

O indicador de produo industrial, elaborado pelo IBGE (PIM-PF), apresentou queda pelo 28o. ms consecutivo na comparao interanual. Em julho/16 o resultado foi de -6,6% em relao ao mesmo ms do ano anterior. J na comparao mensal, o indicador apresentou avano, de 0,1%, ajustado sazonalmente, aps avanar 1,1% em junho/16, sendo o 5o avano consecutivo na margem, desde maro/16. Em 12 meses, a produo industrial acumula retrao de 9,6%. 6d35a

O avano na comparao mensal no se revelou uma surpresa em relao ao esperado, visto que a projeo da Parallaxis apontava para alta (+0,18% m/m e -6,5%). Novamente, destacamos que este crescimento marginal deve-se, entre outros fatores, retomada da produo aps a normalizao dos estoques em alguns setores. Outro fator de influncia tem sido a taxa de cmbio mais competitiva (ainda desvalorizada em relao perodos anteriores), o que tem ativado a retomada de alguns setores tanto via exportao, como pela via de substituio de importaes.

A produo industrial notoriamente est se estabilizando num patamar de baixa atividade econmica. Porm, esta estabilizao ainda no se consolidou. Acreditamos que estamos diante de dois cenrios possveis, um no qual a recuperao se dar de maneira mais lenta e gradual ou diante de uma estabilidade em um patamar muito baixo de atividade, que perdurar por um longo tempo. Muito provavelmente veremos movimentos errticos nos prximos meses, ora positivos ora negativos, porm os dados sugerem ligeira melhora, devido a interrupo da deteriorao.

De tal sorte, o cenrio prospectivo est em linha com nossa expectativa para a produo industrial em 2016, de recuo de 6,0%.

Dentre os 26 ramos da pesquisa, em relao a julho/15, houve queda em 22 ramos. J em relao a junho/16, 11 ramos pesquisados (de 24) apresentaram crescimento na agem para julho, com ajuste sazonal.

Na comparao com julho/15, os ramos que apresentaram piores resultados, e mais impactaram, foram as produes de: coque, produtos derivados do petrleo e biocombustveis (-10,7%), indstrias extrativas (-9,9%) e veculos automotores, reboques e carrocerias (-13,8%), mquinas e equipamentos (-13,3%), produtos de metal (-13,4%) e produtos do fumo (-44,2%). No sentido oposto, avanaram os ramos de produtos alimentcios (2,3%), puxado pelo aumento da produo de acar cristal e VHP, e produtos de madeira (4,7%) e Perfumaria, sabes e produtos de limpeza (1,1%).

Na comparao mensal, os maiores avanos na margem, que impactaram o resultado global do indicador, foram os setores de: indstrias extrativas (1,6%), equipamentos de informtica, produtos eletrnicos e pticos (5,8%), metalurgia (1,6%), coque, produtos derivados do petrleo e biocombustveis (0,4%) e produtos de borracha e de material plstico (1,3%). Na comparao mensal e em queda, destacaram-se os segmentos de perfumaria, sabes, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,8%), produtos farmoqumicos e farmacuticos (-7,3%), veculos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%), artefatos de couro, artigos para viagem e calados (-6,0%), produtos do fumo (-15,1%), confeco de artigos do vesturio e rios (-2,4%) e outros produtos qumicos (-3,2%).

Na abertura por grandes categorias econmicas, os dados vieram um pouco piores do que no ms ado, devolvendo parte dos ganhos recentes.

Veja os detalhes da abertura por Categorias Econmicas na tabela abaixo:

Na comparao trimestral, a produo industrial avanou 2,1% no maio-junho-julho comparado com o tri imediatamente anterior (fevereiro-maro-abril) e ajustado sazonalmente. J na comparao com o mesmo trimestre do ano anterior, a produo industrial recuou 6,6 %.

Enfim, estruturalmente pouco se alterou na economia que impulsione a produo industrial. Conjunturalmente, a desvalorizao cambial tem impulsionado alguns setores da indstria, e como vimos, foi responsvel para que o PIB do 2o trimestre no trouxesse dados ainda piores. Para que a recuperao se consolide, temos destacados trs pontos importantes: (i) o cmbio, (ii) a taxa de juros e (iii) a desalavancagem do setor privado.

A taxa cambial, se seguir um ciclo de revalorizao, poder abortar o processo de retomada. A taxa de juros real precisa recuar de modo que possibilite a retomada dos investimentos de maneira mais ampla. E por fim, o processo de desalavancagem do setor privado ainda no se concluiu e o crdito caro e altamente restritivo tem contribudo para que esse processo se estenda por mais tempo.

Em tempo, destacamos que apesar do otimismo (nveis de confiana aumentando em diversos setores), o que determina a realizao do investimento, alm da taxa de juros, o retorno do capital frente a demanda agregada futura, imaginada no momento de realizao dos investimentos. E atualmente, a tendncia que a renda dos trabalhadores siga declinando e contraindo demanda, ao o que o crdito siga restritivo.

Por Parallaxis