O indicador de atividade do Banco Central (IBC-BR), tido como proxy do PIB brasileiro, recuou 0,09%, na ltima divulgao referente a julho/16, na comparao mensal com ajustes sazonais, aps avano em junho/16 (+0,37%), voltando apresentar resultado negativo neste modo de comparao. Na comparao com o mesmo ms do ano anterior, o indicador apresentou forte retrao de 5,2%, configurando um recuo superior ao ms anterior (de -2,9%). 2ti50
O resultado foi na contramo do que projetvamos, visto que os modelos da Parallaxis apontavam para avano em julho (0,57% m/m e -4,34%), porm no chega a ser um resultado de todo modo surpreendente.
Esse dado refora nosso sentimento de que no podemos afirmar que a atividade econmica se recuperar rapidamente. Acreditamos que o terceiro trimestre dever apresentar relativa estabilidade, com um vis negativo. Ou seja, ainda temos elevadas chances de ver recuo na margem neste 3 tri.
Em tempo, destacamos que nosso cenrio base prev que a recuperao se dar de maneira mais lenta e gradual, at que o ciclo de desalavancagem do setor privado tenha se encerrado e os rendimentos dos trabalhadores deixem de recuar.
Em 12 meses encerrados em julho/16, o indicador acumulou queda de 5,65%, aprofundando marginalmente ante o ms anterior, de 5,56%. Nos sete primeiros meses, de janeiro/16 a julho/16, a queda ante o mesmo perodo de 2015 foi de 5,29%.
Ao longo dos prximos meses, o vis que persiste de que a atividade continue retraindo num ritmo cada vez menos intenso, por vezes com resultado marginalmente positivo e sem apontar grande tendncia de recuperao.
Os dados divulgados reforam nosso cenrio e projees com relao ao PIB fechado de 2016. O aprofundamento da atividade j ou pelo seu pior momento, e agora dever retrair de maneira menos intensa nos prximos trimestres, com possibilidade de apresentar algum crescimento j no primeiro tri de 2017. Para este ano, nossa expectativa de retrao do PIB de -3,4%. J para 2017, esperamos que o PIB avance 1,1%.
Em tempo, destacamos que apesar do otimismo (nveis de confiana aumentando em diversos setores), o que determina a realizao do investimento, alm da taxa de juros, o retorno do capital frente a demanda agregada futura, imaginada no momento de realizao dos investimentos. E atualmente, a tendncia que a renda dos trabalhadores siga declinando e contraindo demanda, ao o que o crdito siga restritivo.
O panorama para a economia brasileira segue pernicioso e recessivo nos prximos meses, especialmente devido a retrao dos investimentos. A mudana nas expectativas tendem a contribuir para a retomada da atividade, mas preciso que a demanda acompanhe, impulsionando a atividade.
E para este fato se concretizar trs variveis sero chaves para serem acompanhadas, (i) o cmbio, (ii) a taxa de juros e (iii) a desalavancagem do setor privado. A taxa cambial, se seguir um ciclo de revalorizao, poder abortar o processo de retomada, que tem acontecido via setor externo.
A taxa de juros real precisa recuar de modo que possibilite a retomada dos investimentos de maneira mais ampla. E por fim, o processo de desalavancagem do setor privado ainda no se concluiu e o crdito caro e altamente restritivo tem contribudo para que esse processo se estenda por mais tempo.