No trimestre mvel encerrado em setembro/16 (julho-agosto-setembro), segundo dados do IBGE na PNAD Contnua, a taxa de desocupao foi de 11,8% da Populao na Fora de Trabalho. Tal resultado demonstrou avano de 0,5 p.p. ante trimestre anterior (abril-maio-junho) e avano de 2,9 p.p. na comparao com o mesmo tri encerrando em setembro de 2015. 69615a
Ante o tri imediatamente anterior (junho-julho-agosto/16) a taxa ficou estvel, permanecendo no maior patamar j registrado da srie histrica, que teve incio em 2012. O resultado ficou marginalmente abaixo da nossa projeo, de 12,0% para a taxa de desocupao.
Na pesquisa apresentada pelo IBGE, a populao desocupada foi de 12 milhes de pessoas, crescendo 3,8% (+437 mil pessoas) em relao ao trimestre anterior e aumentando 33,9% (+3,0 milhes de pessoas) ante mesmo trimestre no ano anterior. Por sua vez, a populao ocupada (89,8 milhes de pessoas) recuou 1,1% (-963 mil pessoas) em relao ao tri anterior (abril a junho) e recuou 2,4% (-2,3 milhes de pessoas) contra o mesmo tri no ano anterior.
O nmero de empregados com carteira assinada recuou 0,9% (-314 mil pessoas) ante o trimestre imediatamente anterior e retraiu 3,7% (-1,3 milho de pessoas) frente ao mesmo perodo de 2015. Novamente, destacamos o movimento entre as pessoas que trabalhavam por conta prpria (21,8 milhes), que recuou 4,7% em relao ao trimestre de abr/16 a junho/16 (-1 milho de pessoas), juntamente com Trabalhador no Setor Privado com Carteira, que recuou -0,9% (-314 mil pessoas) no mesmo perodo de comparao. Na comparao com o mesmo tri do ano anterior, os recuos foram de -1,7% (-378 mil pessoas) e -3,7% (-1,3 milho de pessoas), respectivamente.
O rendimento mdio real habitualmente recebido pelos trabalhadores na mdia do trimestre at setembro/16 (R$ 2.015) avanou 0,9% frente ao trimestre de abr/16 a junho/16 (R$1.997) e recuou 2,1% ante o mesmo trimestre de 2015 (R$ 2.059). A massa de rendimento real habitualmente recebida em todos os trabalhos para o trimestre encerrado em setembro/16 (R$ 176,8 bi) no teve variao significativa ante o tri de abril a junho de 2016. Ante o mesmo tri do ano anterior, a massa de rendimento recuou 3,8%.
Analisando a populao de trabalhadores ocupados por grupamentos de atividade, em relao ao tri de abril/16 a junho/16, considerando a margem de erro, os grupamentos que apresentaram queda foram: Agricultura, Pecuria, Produo Florestal, Pesca E Aquicultura (-4,2%), Construo (-3,7%), Comrcio, Reparao De Veculos Automotores E Motocicletas (-1,8%) e Servios domsticos
(-2,1%). Apenas os grupamentos de Alojamento e Alimentao (+4,3%) e Outros Servios (+,39,0%) apresentaram incremento no perodo, enquanto os demais permaneceram estveis.
Contra o trimestre encerrado em setembro/15, os grupamentos que recuaram foram da Agricultura, pecuria, produo florestal, pesca e aquicultura (-4,7%), Indstria Geral (-10,1%), Comrcio, Reparao De Veculos Automotores E Motocicletas (-2,8%) e da Informao, comunicao e atividades financeiras, imobilirias, profissionais e istrativas (-9,3%).
Entre os que aumentaram, foram Transporte, Armazenagem e Correio (+5,2%), Alojamento e Alimentao (+8,0%) e istrao pblica, defesa, seguridade social, educao, sade humana e servios sociais (+2,0%). Os demais ramos permaneceram estveis no perodo de comparao.
Analisando o rendimento mdio real habitual por grupamento, na comparao com o tri de abril/16 a junho/16, considerando a margem de erro, houve estabilidade em todos grupamentos, com exceo da Agricultura, Pecuria, Produo Florestal, Pesca E Aquicultura, que avanou 4,6%. Na comparao com o mesmo perodo do ano anterior apenas o grupamento de Alojamento e Alimentao (-7,6%) demonstrou recuo. Os demais grupamentos permaneceram estveis neste modo de comparao.
Apesar da estabilidade na margem e a tendncia de recuo da taxa de desemprego no prximo trimestre, devido a sazonalidade, acreditamos que a renda e o emprego devem seguir recuando, voltando trajetria de alta no 1 tri de 2017. Essa distenso no mercado de trabalho tende a afetar negativamente a demanda agregada, postergando a recuperao de maneira mais pujante. Era de se esperar tal ajuste intenso no mercado e salrios, haja visto a natureza do ajuste.
Destacamos novamente que a deteriorao do mercado de trabalho dever comear a demonstrar seus efeitos na inflao especialmente neste ltimo trimestre de 2016, ainda que servios esteja apresentando certa resistncia. Ademais o processo de ajuste no mercado de trabalho dever continuar at meados de 2017.
Mantemos nossa perspectiva de melhora na dinmica do mercado de trabalho apenas no segundo semestre de 2017, a medida que a expectativa com relao a demanda agregada futura for positiva e principalmente a eficincia marginal do capital compensar os investimentos a serem feitos. Para este fato se concretizar trs variveis sero chaves para serem acompanhadas, (i) o cmbio, (ii) a taxa de juros e (iii) a desalavancagem do setor privado. A taxa cambial, se seguir um novo ciclo de valorizao, poder abortar o processo de retomada, que tem acontecido via setor externo.
A taxa de juros real precisa recuar de modo que possibilite a retomada dos investimentos de maneira mais ampla. Por sua vez, o processo de desalavancagem do setor privado ainda no se concluiu e o crdito caro e altamente restritivo tem contribudo para que esse processo se estenda por mais tempo.